Secretário usou as redes sociais para reproduzir mensagem de imunologista falando sobre a necessidade de usar a vacina como meio verdadeiramente eficaz de evitar surgimento de variantes
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, usou as redes sociais para alertar para os riscos representados para a nova variante do novo coronavírus, descoberta na África do Sul, o avanço das doença em países da Europa e a possibilidade desse quadro ter reflexos tanto no Brasil quanto no Espírito Santo. Nésio ressaltou a possibilidade de esses riscos aumentarem por conta das festas de final de ano e também em consequência da baixa cobertura vacinal da terceira dose
Nésio retuitou o texto do imunologista e oncologista Bruno Filardi. “Única certeza inabalável que temos: as variantes surgem pela falta de vacina. Falta de imunidade. Melhor receita para que não surjam mais variantes é todos tomarem as vacinas. Enquanto houver áreas do mundo sem cobertura vacinal isso vai continuar acontecendo”, diz Filardi em sua postagem, referindo-se à variante da África do Sul.
Para o secretário, o que acontece na Europa e em outros países pode ocorrer aqui, principalmente diante da lentidão na cobertura da terceira dose. “Tenho a impressão que no Brasil estamos menosprezando o risco de nova onda”, disse Nésio em rede social. Segundo ele, o Espírito Santo não vai conseguir 100% de unidade e coesão social para o “melhor esquema vacinal” ou o “esquema ideal”.
“Estamos num contexto de cobertura vacinal por vacinas de tecnologias mistas: vetor viral, vírus inativado, mRna. Para desfecho de efetividade (vida real) precisamos da melhor cobertura do esquema de três doses, sendo ele preferencial heterólogo, mas também possível o homólogo. Se ambos esquemas são seguros, benéficos, aprovados por agências reguladoras e autoridades sanitárias, podemos ter maior adesão da população que se sente insegura com qualquer composição de esquema de reforço.”, detalha.
Aplicação da terceira dose
De acordo com Nésio, a preocupação deve estar focada na maior cobertura de terceira dose possível no menor espaço de tempo antes de fevereiro do ano que vem, período de grandes festas. O secretário considera que o país tem ainda dois grandes desafios na pandemia: mitigar impacto de internações/óbitos e controlar a circulação do vírus.
“Reconhecemos que duas doses de vacinas contra a covid-19 controlou a internação e óbitos na população com menos de 40 anos e com baixa incidência entre 41-59 anos”, explica.
Para o secretário, o desafio para impedir a circulação do vírus está no controle dos casos leves e, para vencê-lo, é preciso de reforço com 5 meses para toda população adulta; uso de máscaras; plano de testagem em massa e vacinar crianças para alcançar cobertura de 90% na população total.
Nésio considera ainda que o desafio do maior controle da internação e dos óbitos está nos não vacinados; nos adultos com esquemas incompletos e nos idosos sem reforço.