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É importante sabermos que a mente não é linear. Ou seja, ela varia de pessoa para pessoa. E por que estou falando hoje sobre isso? Porque a gente insiste em querer achar que todas as pessoas reagem iguais a nós, sentem e sofrem iguais a nós, sonham iguais e a nós e até vivem iguais a nós. E não é assim que funciona. A verdade é que não existe receita pronta que vá abarcar todas as mentes, porque cada mente reage de forma diferente aos estímulos que o ambiente proporciona. Portanto, pare de julgar as pessoas que não percebem a vida como você. Ninguém tem a mente igual a outra.
Desde a décima semana de gestação, quando o cérebro começa a se formar, os estímulos já influenciam o comportamento que teremos ao nascer. A vivência de cada pessoa e os estímulos que as influenciam vão criando uma programação mental que vai reagindo e se moldando a cada nova experiência. Isso justifica por que dois irmãos da mesma família reagem de formas diferentes ao mesmo estímulo, pois cada cérebro é único.
Com base nessa unicidade de cada ser humano, eu, desenvolvi um processo terapêutico com fundamentos na hipnose clínica, porque essa técnica respeita a individualidade de cada um. No meu trabalho como hipnoterapeuta, tenho a função de resgatar o porquê de a pessoa reagir daquela forma a determinadas experiências da vida e de que maneira certos sintomas aparecem à porporção que a pessoa vive. É um trabalho único para cada ser humano atendido, respeitando que somos pessoas diferentes umas das outras.
Um grande exemplo dessa singularidade é a ansiedade. Esse que é um dos grandes males da modernidade também tem suas peculiaridades de pessoa para pessoa. A ansiedade é um sintoma de algo que teve uma causa lá do seu passado. Investigando esse passado, pode surgir exatamente a explicação de a pessoa, somente hoje, ter desenvolvido esse pensamento frenético, acelerado, que pode dar insônia, taquicardia e outros problemas. E, então, por que isso apareceu agora? É o que temos que descobrir investigando pessoa por pessoa, com todas as suas histórias e conclusões.
É por respeitar essa individualidade dos seres que o processo terapêutico que eu desenvolvi começa com a consciência. É preciso que a pessoa que venha a receber esse processo terapêutico tenha consciência da necessidade da terapia, dos gaps que precisa solucionar e dos obstáculos que vai passar. Em seguida, para que o paciente evolua na terapia e encontre os resultados que precisa, é necessário diagnosticar quais são as causas do que o fez se sentir tão mal. Cada paciente tem sua singularidade até nos problemas.
Há muitas pessoas que me perguntam se hipnose é regressão. Eu sempre explico que não. A regressão é apenas uma das ferramentas da hipnose, usada apenas quando necessária, caso o paciente realmente precise para resgatar a origem do problema. Entendo que o medo de muitos pacientes é que se descubram fatos tão bem guardados que não gostariam de expor. E novamente preciso afirmar que até essas individualidades são respeitadas, porque, apesar de estar em transe, dentro de um tratamento, o paciente está consciente. Isso, obviamente, vem aliado à confidencialidade do processo.
Portanto, se você ainda tem aquele pensamento que, se você superou um determinado problema, qualquer um pode do mesmo jeito que você fez, você está errado! A mente não é linear, não existe ninguém igual neste mundo. Por isso, até para profissionais da mente como eu, é necessário dominar diversas técnicas e conhecimentos, para aplicar de formas diferentes sempre que o desafio do paciente exigir. Se até um terapeuta precisa respeitar a singularidade de cada um para tratá-lo, imagine nós em nossa vida social… Pare de tratar as pessoas como se fossem cópias uma das outras e passe a respeitar a diversidade da mente. Somente assim poderemos criar uma sociedade muito mais saudável.
