Saúde

Por que Tarcísio Meira morreu mesmo com 2 doses de vacina contra covid?

13 ago 2021 - 11:25

Redação Em Dia ES

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A esposa de Tarcísio, Glória Menezes, de 86 anos, também foi infectada pelo vírus, mas teve um quadro mais brando da doença e se recupera bem
O ator Tarcísio Meira morreu nesta quinta-feira (13) aos 85 anos. Ele estava desde o dia 6 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência da covid-19.

O estado de saúde do ator inspirava cuidados, já que ele estava intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e passava por “diálise continua” por problemas nos rins, de acordo com o último boletim divulgado.

A esposa de Tarcísio, Glória Menezes, de 86 anos, também foi infectada pelo vírus, mas teve um quadro mais brando da doença e se recupera bem. Ambos haviam se vacinado com as duas doses da vacina contra o novo coronavírus em março na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo, onde se isolaram durante a pandemia.

Vacina não é solução “mágica”
O caso de Tarcísio Meira não é isolado —embora também não seja considerado uma regra. Nas redes sociais, é possível encontrar histórias de pessoas que se infectaram com o novo coronavírus ou morreram após complicações da doença mesmo depois de terem se imunizado com as duas doses da vacina.

Em abril, o cantor Agnaldo Timóteo também faleceu em decorrência da covid-19 mesmo após ter tomado a segunda dose da vacina.

Ele não foi —e provavelmente não será— o único. Mas casos assim, ainda que amplamente noticiados pela imprensa, devem ser tratados como um “evento raro” e não significa que as vacinas não funcionam, principalmente se forem tomadas as duas doses do imunizante, no intervalo correto.

“As pessoas têm muita dificuldade de entender qual é a função de uma vacina”, diz Natalia Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência. “Elas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que vacinas funcionam.”

Para explicar como as vacinas funcionam, a especialista recorre a uma analogia com o futebol. “Uma boa vacina é como se fosse um bom goleiro. E como sabemos que o goleiro é bom? Vamos olhar o histórico dele. A frequência com a qual ele faz defesas. Se ele defende com frequência, ele é um bom goleiro. Isso não quer dizer que ele é invicto, que ele nunca vai tomar gol. Mas, mesmo se tomar gol, ele não deixa de ser um bom goleiro”, diz.

“Mas se o time dele for uma droga, se a defesa do time dele for uma droga, ele vai tomar mais gol, porque vai ter muito mais bolas indo para o gol, então a probabilidade de ele errar aumenta”, acrescenta. “A vacina diminui o seu risco de ficar doente, agora se você estiver numa área onde a defesa do time é ruim, onde o vírus está circulando muito, a chance de você ficar doente aumenta”, avalia.

Imunidade declina ao longo dos anos
Outra questão importante é que os idosos costumam ter um declínio em seus sistemas imunológicos ao longo dos anos. O processo de envelhecimento, considerado natural, é chamado de imunossenescência.

Com isso, é possível que o estímulo fornecido pelas vacinas não seja suficiente para gerar uma resposta imune satisfatória em idosos. Com isso, o indivíduo pode ficar mais suscetível às contaminações —embora seja importante reforçar que esses casos, mesmo que amplamente noticiados, são considerados ainda pontuais.
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Atualizado: 13/08/2021 11:25

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