Com avanço da vacinação, o Secretário de Saúde acredita que o ES pode alcançar imunidade coletiva em novembro
A população com menos de 35 anos aguarda ansiosamente para ser imunizada contra a covid-19. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, esse anúncio deve ser feito na próxima sexta-feira, dia 09. A informação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (05).
“Vamos nesta sexta-feira (09) publicar a resolução da Comissão Bipartite que vai reconhecer e definir a ordem de todos os grupos prioritários a serem vacinados em julho e agosto. O próprio governador Casagrande deve fazer o anúncio, dos já previstos no PNI e dos que o Estado pode inserir com o uso da reserva técnica”, afirmou Nésio.
Ainda segundo o secretário, será possível avançar na imunização porque o Estado recebeu o quantitativo de doses esperado para este período.
“Nós devemos receber novos lotes de vacinas nesta semana, consolidando as expectativas de que o Estado tinha de julho ser um grande mês de avanço na vacinação capixaba”, reforçou.
Imunidade coletiva
Ainda na coletiva, Nésio Fernandes informaou que o Espírito Santo pode alcançar a chamada imunidade coletiva em novembro. Na imunidade coletiva, grande parte da população já está imune contra uma infecção e, com isso, dificulta a ampla transmissão de um vírus.
Fernandes explicou que esse fenômeno epidemiológico irá acontecer somente com o avanço da vacinação. “Devemos alcançar entre os meses de setembro e de novembro uma cobertura satisfatória com as duas doses para poder reconhecer de fato uma cobertura que nos dê segurança de uma imunidade coletiva protetora que seria capaz de preservar vidas”, destacou.
Segundo o secretário de Saúde, atualmente, o Espírito Santo tem 54% da sua população adulta alcançada com, pelo menos, a primeira dose de imunizante contra a covid-19. “Estamos consolidando uma posição de destaque entre os três Estados do Brasil com o melhor desempenho da vacinação da primeira e da segunda dose e, neste mês de julho, iremos incrementar com a atualização de diversas estratégias de vacinação na população capixaba”, informou, levando em conta que haverá uma grande aplicação de segunda dose, principalmente da AstraZeneca.
Imunidade de rebanho
O secretário ressaltou que a estratégia de imunidade de rebanho não será utilizada no Espírito Santo e alertou para que os jovens não adotem comportamentos por causa dessa prática. Nessa alternativa, a cadeia de transmissão da doença é interrompida ao deixar que parte da população contraia o vírus livremente e, naturalmente, se torne imune.
Fernandes criticou este formato de imunização e enfocou que somente as vacinas poderão ter o efeito necessário de proteger a população. “O governo não leva em consideração e não considera razoável adotar aquele conceito rechaçado pela ciência e pela boa gestão de todos os sanitaristas. Nós, para fim do reconhecimento da segurança para a retomada das atividades econômicas e sociais, reconhecemos a cobertura pelas vacinas, cobertura conquistada pela primeira dose e devemos avançar nessa completude”, ressaltou.
Comportamento de risco
Para o secretário, a postura de muitos jovens em querer se contaminar para se imunizar é extremamente perigosa. Ele disse que isto não se sustenta devido à presença das inúmeras variantes que estão em circulação no país, principalmente a P1 (a cepa de Manaus) e a chamada Delta (a variante indiana). “Queremos fazer um apelo aos jovens e adultos que não foram vacinados para que respeitem o uso da máscara e o distanciamento e não desenvolvam atividades sociais que exponham você e as pessoas que você gosta ao risco de contaminação pela doença”, alertou.
Fernandes lembrou que a oferta de vacinas é bem maior que no início do ano e que a população precisa ter paciência. “As mortes são evitáveis. Precisamos ter um pouco mais de paciência e respeito à violência da doença para aguardarmos o momento de cada um estar protegido com as duas doses da vacina e, desta maneira, poderemos retomar de maneira mais ampla às atividades sociais e econômicas”, concluiu.
Adolescentes com fibrose cística serão vacinados
Além do anúncio de novos públicos a serem imunizados, o secretário afirmou que a partir desta terça-feira (06), um grupo formado por 23 adolescentes que sofrem de fibrose cística será vacinado.
“Ainda no dia de amanhã deveremos publicar uma decisão que é vacinar 23 adolescentes com a chamada fibrose cística. Serão vacinados nesta semana. É uma doença rara que tem um comprometimento pulmonar muito sério”, anunciou Nésio.
Entenda o que é a fibrose cística
A fibrose cística é uma doença genética, crônica, hereditária e sem cura. De acordo com dados da Associação Brasileira de Assistência a Mucoviscidose, atinge cerca de 70 mil pessoas no mundo.
No início, geralmente em crianças, a doença apresenta alterações do trato digestório e nutricionais, como diarreia, desnutrição, desidratação, pele de sabor muito salgado e baixo ganho de peso.
Em seguida, a doença começa a manifestar problemas respiratórios. Com o passar dos anos, os quadros respiratórios tornam-se mais evidentes e graves, com tosse persistente, muco espesso, febre, dores abdominais e mudança na cor das expectorações.
Outros problemas também podem surgir ao longo dos anos, como diarreia, esteatorreia (perda de gordura nas fezes), diabetes, depressão, deterioração do fígado, artrite, vasculite, rinossinusite crônica, pólipos nasosinusais, pancreatite, osteoporose e cálculos biliares e renais.