Quando se fala em café conilon, o Espírito Santo é
referência nacional e mundial. A cafeicultura do conilon foi iniciada no
estado ainda em 1912, com grande expansão da produção na década de 60,
quando a crise cafeeira afetou a produção do arábica. Hoje esse
reconhecimento vem por meio do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI), que concedeu a Indicação Geográfica (IG) ao produto.
A
modalidade Indicação de Procedência (IP) autoriza a utilização do nome
geográfico “Espírito Santo” para o produto Café Conilon produzido em
território capixaba, passando a ser identificado como Café Conilon
Espírito Santo. O reconhecimento oficial, que veio após três anos do
pedido, levou em consideração a reputação, a notoriedade e a fama do
território capixaba para este produto.
O trabalho que culminou no
registro foi estruturado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), em conjunto com diversos
parceiros, como Seag, Incaper, Embrapa Café, Ifes, OCB-ES, Ministério da
Agricultura, Cetcaf, Sicoob, entre outros, com consultoria do Instituto
Inovates, cabendo destacar ainda a importância do papel da Federação
dos Cafés do Estado do Espírito Santo – FECAFÉS), que é a representante
dos produtores de conilon junto ao INPI e responsável pela gestão desta
Indicação Geográfica.
“Esta é a primeira IG de café do Brasil que
abrange um estado inteiro. O café conilon fez com que o Espírito Santo
fosse reconhecido mundialmente pela sua produção e hoje, com essa IG,
nós valorizamos as mais de 78 mil famílias que sobrevivem desse cultivo,
protegendo também o nosso território, e os consumidores desse produto,
que poderão identificar a autenticidade do mesmo a partir de um selo”,
destaca o diretor técnico de Sebrae/ES, Luiz Toniato.
Todos os 78
municípios capixabas estão contemplados por esta IG. Os produtores que
desejarem ter o seu café conilon reconhecido devem passar por um
processo para garantir a autenticidade do produto e terem direito de uso
do selo do Café Conilon Espírito Santo. As regras estão pré-definidas
no Caderno de Especificações Técnicas e serão verificados por um
conselho regulador.
“Esse é um marco histórico do conilon, é um
sonho que se tornou realidade. Daqui por diante vamos trabalhar para
colocar o conilon ainda mais em evidencia. Vamos pode fazer um trabalho
junto ao produtor, focando na qualidade desse produto. Se os produtores
entenderem o significado dessa IG eles vão passar a cuidar ainda melhor
do café e fazer um produto que realmente agrade o consumidor”, aponta o
presidente da Fecafés, Luiz Carlos Bastianello.
Com a
formalização do registro de IG na modalidade Indicação de Procedência, o
café conilon do Espírito Santo que já tinha espaço no mercado
internacional agora passa a ser reconhecido oficialmente possibilitando
novos ganhos e segurança nas negociações.
“A IG está totalmente
alinhada com as demandas de mercado que estão cada vez mais exigentes
quanto a rastreabilidade, a origem dos produtos, a forma de produção e a
utilização de práticas sustentáveis, entre outras. Novos voos
certamente serão alçados com mais esse registro”, ressalta Toniato.
Esta já é a oitava conquista de Indicação Geográfica pelo Espírito Santo, sendo as três últimas de café.