Saúde

Governo do ES define os critérios que vão priorizar pacientes na fila por UTI

30 mar 2021 - 19:28

Redação Em Dia ES

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A ordem de prioridade classifica os pacientes de acordo com as condições clínicas em que se encontram

O Espírito Santo convive há dias consecutivos com uma
taxa de ocupação de UTI’s para pacientes com Covid-19 acima dos 90%, o
que significa dizer que de cada dez vagas, nove estão ocupadas. Diante
da escassez de leitos e do descompasso entre a abertura de novos quartos
e o número crescente de pessoas necessitadas de internações,
profissionais da área médica no Estado deverão priorizar os casos em que
há mais chances de sobrevivência na hora de definir quem será
internado.

A situação extrema é admitida pelo secretário de
Estado da Saúde, Nésio Fernandes. “As interações sociais, de maneira
insistente, não estão contribuindo para a queda dos casos. Temos uma
variante nova no Estado e a ocupação hospitalar não consegue acompanhar a
velocidade da transmissão da doença. Estamos chegando em um momento
crítico. Vamos ter que passar a triar as pessoas que precisarem de um
leito hospitalar”, projetou, em entrevista ao programa Espírito Santo no
Ar, na manhã desta terça-feira (30).

No documento de 28 páginas,
chamado de “Plano de Contingência para Internações Hospitalares por
Covid-19”, a ordem de prioridade classifica os pacientes de acordo com
as condições clínicas em que se encontram. O secretário disse que a
secretária está validando o protocolo e que ele ser publicado até
sexta-feira (02).

Assim, de acordo com a publicação, os classificados como “Prioridade 1” terão a preferência na ocupação de leitos de UTI.
“Pacientes
criticamente enfermos, sem limitações para intervenção, que necessitam
de monitoramento intensivo do quadro (risco eminente de parada
cardiorespiratória ou intubação orotraqueal) e/ou instáveis que
necessitam de cuidados de terapia intensiva e monitoração que não pode
ser provida fora de ambiente de UTI. Usualmente esses tratamentos
incluem suporte ventilatório, drogas vasoativas contínuas, etc…”.

O
texto segue dizendo que para esses pacientes não há limites em se
iniciar ou introduzir terapêutica necessária. A descrição dá como
exemplos pacientes em choque ou com instabilidade hemodinâmica (pressão
arterial alterada); pacientes em insuficiência respiratória aguda
necessitando suporte ventilatório; ou pacientes com insuficiência de
outros órgãos. A recomendação reforça “sempre excluindo os pacientes da
PRIORIDADE 3, e buscando evitar os pacientes da PRIORIDADE 2”.
Pacientes
na “Prioridade 2” devem ter os encaminhamentos evitados, numa situação
de falta de leitos. São classificados, no protocolo, como criticamente
doentes, mas que têm uma probabilidade reduzida de sobrevida pela doença
de base ou natureza da sua doença aguda.

“Esses pacientes podem
necessitar de tratamento intensivo para aliviar uma doença aguda, mas
podem estar limitados à intervenções terapêuticos, como intubação ou
reanimação cardiopulmonar”, descreve o texto.

Os exemplos
incluem pacientes com neoplasias metastáticas com performance prévia
boa, que estão com um quadro infecioso agudo no momento; pacientes com
tamponamento cardíaco; pacientes com insuficiência renal aguda; ou
pacientes com obstrução de via aérea.

Não devem ser encaminhados
para UTI os doentes em situação de morte iminente, com doença
preexistente grave avançada e com sinais de terminalidade, desejo prévio
contrários a UTI e Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). Eles são a
Prioridade 3.

A descrição dá como exemplos: dano cerebral grave
irreversível, disfunção de múltiplos órgãos irreversíveis, câncer
metastático irresponsivo a quimio/radioterapia, pacientes com capacidade
de tomar decisões que declinam de cuidados de terapia intensiva e/ou
monitoração intensiva e que recebem apenas cuidados paliativos (de
conforto apenas), morte encefálica de não doadores ou pacientes em
estado vegetativo persistente.

Pacientes em boas condições clínicas também deverão ter o encaminhamento evitado.

Ocupação de leitos

mais de uma semana, o Estado registra ocupação de vagas de terapia
intensiva na rede pública acima de 90%. `Pelas projeções da Secretaria
de Estado da Saúde, esse índice não deve diminuir em abril. O secretário
admitiu em coletiva de imprensa que o risco de colapso é real.

“O
risco real de colapso existe e para que não ocorra é necessário a
adesão das pessoas e das instituições à quarentena estabelecida pelo
Governo do Estado do Espírito Santo”, insistiu.

Com informações do Folha Vitória

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Atualizado: 30/03/2021 19:28

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