Saúde

Ministério da Saúde divulga plano nacional de vacinação contra Covid-19; Casagrande considera ‘longo’ o prazo

16 dez 2020 - 11:55

Redação Em Dia ES

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Ministério da Saúde prevê quatro meses para vacinar todos os grupos prioritários e, em seguida, 12 meses para imunizar a “população em geral”. Para o governador do ES, há condições para que campanha seja concluída no primeiro semestre de 2021
O governo federal lançou, na manhã desta quarta-feira, 16, o plano nacional de vacinação para Covid-19. Ainda não há uma data para o início da imunização, mas o Ministério da Saúde informou que a aplicação das doses pode começar cinco dias após o aval da Anvisa. De acordo com a pasta, toda a população deverá ser vacinada em até 16 meses. Na terça-feira, 15, foram divulgados os critérios preliminares para definição dos grupos.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), considerou longo o prazo de 16 meses para que a campanha de vacinação contra a Covid-19 seja concluída no país. A declaração foi dada pelo governador na manhã desta quarta-feira (16), ao chegar ao Palácio do Planalto para o lançamento do plano nacional de vacinação pelo governo federal.

O prazo já havia sido divulgado em uma prévia do plano de vacinação apresentada pelo Ministério da Saúde na semana passada. Segundo o documento, serão quatro meses para vacinar todos os grupos prioritários e, em seguida, 12 meses para imunizar a “população em geral”.

Mas, para o governador, o Brasil tem condições para que toda a população seja imunizada até julho de 2021.

“É longo, é longo, é longo. Eu acho que 16 meses a gente vai entrar 2022, tá certo? O esforço que a gente tem que fazer é imunizar as pessoas agora até o final do primeiro semestre. […] Eu acho que temos condições até o mês de junho, julho, com a capacidade que a Fiocruz tem, com a capacidade que o Butantan tem, a gente tem condições de vacinar todos os brasileiros até o meio do ano”.

Após o anúncio do plano nacional de imunização nesta manhã, Casagrande usou o Twitter para dizer que o planejamento contempla a compra de todas as vacinas registradas na Anvisa e que espera que o processo de registro dos imunizantes seja rápido.

O governo federal prevê iniciar a vacinação contra a Covid-19 em até cinco dias após o registro ou autorização das doses pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a entrega dos primeiros lotes.

Questionado, o governador disse que esse tempo pode ser considerado razoável e destacou que o Espírito Santo já tem tudo pronto para começar a imunização.

“Acho razoável o prazo de até cinco dias para iniciar. Agora, até cinco dias não significa que precisa gastar os cinco dias, é o mais rápido que puder fazer. Nós, no Espírito Santo, estamos preparados para começar imediatamente na hora que a vacina chegar ao nosso Estado. […] Se [a vacina] chegar hoje, amanhã já começamos a distribuir e aplicar. Porque nós já temos a seringas, já compramos todos os insumos necessários”, disse.

Perguntado se o Espírito Santo cogita comprar vacinas com outros fornecedores no exterior, a fim de acelerar a vacinação, Casagrande disse que sim.

“Iniciado um plano nacional, se o estado do Espírito Santos tiver capacidade e possibilidade de adquirir vacinas para a gente poder ser mais rápido, e a gente alcançar, o Espírito Santo tem condições de fazer isso, e eu farei isso”.

Na semana passada, ele já havia dito que formalizou uma consulta ao Instituto Butantan sobre a disponibilidade de 440 mil doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O plano do Ministério da Saúde
Por enquanto, a primeira etapa da imunização está dividida em fases e prevê imunizar 51 milhões de pessoas com 108,3 milhões de doses. Do investimento total, já foram destinados R$ 80,5 milhões para aquisição de mais de 300 milhões de agulhas e seringas.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que todos os estados serão tratados da mesma forma. “Todos os brasileiros receberão a vacina de forma grátis, igualitária, proporcional. Vacinas registradas e garantidas em sua segurança e eficácia. Não podemos brincar com a saúde da população brasileira.” Na cerimônia também estavam presentes o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros.

Fase 1
Trabalhadores da saúde;
Pessoas de 75 anos ou mais;
Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas;
População indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.

Fase 2
Pessoas de 60 a 74 anos.

Fase 3
Pessoas com morbidades — diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (com IMC maior ou igual a 40).

Também constam como grupos prioritários povos quilombolas, trabalhadores da educação (professores e funcionários públicos e privados), pessoas com deficiência permanente severa, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade e a população privada da liberdade. 

Até o momento estão previstas encomendas de 210,4 milhões doses da vacina da Oxford/AstraZeneca — sendo 100,4 até julho de 2021 e mais 110 milhões da produção nacional entre agosto e dezembro de 2021. Do consórcio Covax Facility, são previstas 42,5 milhões de doses — ainda sem laboratório definido.

Além disso, foram firmados memorandos de entendimento, que expõem a intenção de realizar acordos, com a Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan/Sinovac, Bharat Biotech, Moderna e Instituto Gamaleya.

Com o Instituto Butantan e as farmacêuticas Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e Janssen, foram solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses, dados científicos dos estudos de fase I, II e III.

Para a Pfizer/BioNTech, foi sinalizado interesse em 70 milhões de doses — sendo 2 milhões de doses previstas para o primeiro trimestre, 6,5 milhões no segundo trimestre; 32 milhões no terceiro trimestre e 29,5 milhões no quarto trimestre.

Com a Janssen, a intenção é de 38 milhões de doses — 3 milhões de doses no segundo trimestre de 2021, 8 milhões no terceiro trimestre de 2021, 27 milhões no quarto trimestre de 2021.
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Atualizado: 16/12/2020 11:55

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