Além da qualidade, a sustentabilidade da cafeicultura também será avaliada
Produtores de arábica e conilon já podem separar suas amostras para concorrer ao Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo. A iniciativa do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) é inédita no Estado. O prêmio foi lançado, nesta quinta-feira (13), por meio de um vídeo publicado nas redes sociais do Incaper e da Seag.
As amostras de conilon devem ser encaminhadas até o dia 15 de setembro deste ano. O prazo para envio das amostras de arábica é um pouquinho mais longo: termina no dia 20 de outubro. Os cafeicultores participantes concorrem a uma premiação que pode chegar a R$ 100 mil, oferecida com o apoio da Fundação de Desenvolvimento Agropecuário do Espírito Santo (Fundagres) e de várias empresas, instituições e entidades do ramo. Os detalhes estão no Regulamento da premiação.
“O Espírito Santo tem uma cafeicultura de excelência, com tecnologia de ponta, reconhecida por não só aqui no Brasil, mas no mundo todo. Os cafés produzidos aqui são premiados em outros estados e até internacionalmente. Este prêmio estadual representa o nosso reconhecimento: é uma forma de valorizar ainda mais os nossos cafeicultores, que produzem excelentes resultados e trabalham para fortalecer cada vez mais esta que é a principal atividade agrícola do nosso Estado”, disse o secretário de Estado da Agricultura, Paulo Foletto.
Além da qualidade, a sustentabilidade da cafeicultura também será avaliada. A adoção de boas práticas agrícolas é outro fator que vai contar pontos na premiação. Para o diretor-presidente do Incaper, Antônio Carlos Machado, o trabalho do Instituto com os cafeicultores é fundamental para os bons resultados.
“O café produzido no Espírito Santo é um dos mais apreciados do mundo. Este reconhecimento é fruto do trabalho empreendedor dos agricultores, que confiam no Incaper e colocam em prática as tecnologias e as recomendações disponibilizadas por nossas equipes de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. Os bons resultados colhidos pelos nossos cafeicultores são a prova disso, tanto que o mundo vem até nós buscar informações sobre cafeicultura. A produção capixaba de cafés especiais merece este incentivo e este reconhecimento”, frisou Machado.
O pesquisador do Incaper e coordenador técnico de cafeicultura, Abraão Carlos Verdin Filho, também destacou que a qualidade do café capixaba vem crescendo. “A produção de cafés de qualidade não é mais apenas um diferencial e, sim, uma exigência do mercado. Enquanto o consumo geral de café cresce cerca de 1,5% ao ano, o consumo de cafés de especiais cresce cerca de 15% ao ano. Este fato mostra que o mundo quer beber café de qualidade e está disposto a pagar mais por este produto”, pontuou Verdin.
Ainda segundo Verdin, a produção de cafés Especiais gera uma agregação de valor de R$ 100 milhões aos agricultores envolvidos. Atualmente, cerca de oito mil propriedades produzem cafés especiais em território capixaba.
A entrega do Prêmio está prevista para ser realizada em uma solenidade a ser agendada para o fim do ano. Na ocasião, será realizada também a Mostra Anual de Cafés Especiais. “Na mostra estarão os 20 melhores arábicas e os 20 melhores cafés conilon do Espírito Santo. Quem faz negócios com cafés especiais e for atraído pelo prêmio, terá a oportunidade de conhecer não apenas os vencedores, mas também os 20 melhores de cada categoria. Além de promover a geração de negócios estamos, desta forma, consolidando o Espírito Santo como produtor de cafés especiais junto a este mercado cada vez mais exigente”, informou o subsecretário de Aquicultura, Pesca e Desenvolvimento Rural Sustentável, Michel Tesch Simon. O subsecretário destacou ainda que solenidade de premiação e a forma de realização da Mostra dependerão dos protocolos de enfrentamento à Covid-19 à época.
Sobre o Prêmio
O Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo tem por objetivo reconhecer e premiar a produção de cafés especiais produzidos de forma sustentável no Espírito Santo. Podem participar cafeicultores de todos os municípios capixabas, mediante apresentação da Inscrição do Produtor, documento da terra, contrato de parceria ou comodato.
Cada agricultor pode participar com apenas um lote de café, e deve manter o lote armazenado até o final da premiação. As amostras de dois quilos devem ser acondicionadas em sacolas plásticas identificadas com nome completo, município do participante e outras informações.
O Regulamento completo pode está disponível nos sites do Incaper e da Seag.
Anúncio do Prêmio
A realização do Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo havia sido anunciada pelo governador do Estado, Renato Casagrande durante o lançamento oficial da colheita do café no Espírito Santo.
“Este ano fomos surpreendidos pela pandemia do novo Coronavírus, mas lançamos uma cartilha com orientações aos produtores para evitar o contágio durante a colheita, e não tivemos maiores problemas. Nossa expectativa sempre foi muito grande para este ano, pois somos o segundo maior produtor de café do Brasil e o maior produtor de conilon. Nosso Estado sempre se encontra entre os melhores cafés do País nas premiações. Este prêmio de cafés especiais e sustentáveis vem para estimular os produtores que tanto se esforçam para produzir um café de excelência”, afirmou Casagrande.
A cartilha à qual o governador se referiu foi lançada pela Seag em conjunto com vários parceiros que atuam no setor cafeeiro do Espírito Santo. A publicação traz recomendações de prevenção e estratégias para evitar a contaminação e a transmissão do novo Coronavírus (Covid-19) durante a colheita de café em tempos de pandemia. A cartilha está disponível gratuitamente em formato digital, e a versão impressa foi distribuída aos cafeicultores capixabas.
Sobre a cafeicultura capixaba
Nos últimos anos, a cafeicultura capixaba cresceu em quantidade (produtividade) e qualidade. O Estado é o segundo maior produtor de café do país: responde por mais de 27% da produção nacional. É o maior produtor de conilon do Brasil, responsável por cerca de 20% do café robusta de todo o mundo. A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Espírito Santo: representa 37,48% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA), envolve cerca de 78 mil famílias distribuídas em aproximadamente 40 mil propriedades em 77 municípios capixabas.
De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada total de café para o Estado em 2020 será de 14,7 milhões de sacas. Deste total, a projeção é de 1,5 milhão de sacas de cafés superiores. Vale lembrar que a produção de cafés especiais acima de 80 pontos está estimada em 300 mil sacas beneficiadas.