Sesa não revelou quantos casos estão sendo investigados. Órgão disse que uma nota técnica sobre casos suspeitos será emitida ainda nesta semana
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo está investigando possíveis casos de reinfecção pelo coronavírus. A secretaria não informou quantos são os casos suspeitos de reinfecção, mas declarou por meio de nota que ainda nesta semana será emitida uma nota técnica para orientar médicos sobre o assunto.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) apontou recentemente um caso confirmado de reinfecção no país. É uma mulher, de 24 anos, da cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado. Ela testou positivo em maio e, 50 dias depois, teve um novo teste positivo.
No Espírito Santo, alguns pacientes tiveram novos resultados positivos em exames feitos meses depois da primeira infecção. Foi o caso do advogado Alexandre Aragão, que teve os primeiros sintomas no mês de maio.
“Eu estava em casa, fazendo uma moqueca, quando não senti o paladar. Tive dor de cabeça, falta de paladar, dor abdominal”, contou. Dois dias depois, ele fez o exame por conta própria, antes de ir ao médico, e o resultado foi positivo. Ele teve acompanhamento por telefone e respeitou o isolamento por 14 dias.
Ao final da quarentena, ele achou que estava curado da doença e com imunidade contra o coronavírus. Mas se surpreendeu com os mesmos sintomas meses depois.
“Só que, agora, de uma forma muito agressiva. Já tive falta de ar, uma febre muito alta, fraqueza”, enumerou. O resultado para a Covid-19, novamente, foi positivo. Em um outro exame, descobriu que estava com 30% dos pulmões comprometidos, e precisou ficar cinco dias internado na UTI.
De acordo com a médica infectologista Rúbia Miossi, há duas possibilidades para que os exames desses pacientes tenham dado positivo com tanto tempo entre si.
Ela explicou que os exames podem apresentar erros. Além disso, o infectado pode apresentar novos sintomas da doença a partir de uma mesma infecção.
“O exame que a gente tem, que mostra o vírus na faringe, só identifica o material genético do vírus. Ele não diz se é um vírus velho, ou se está ativo e vai infectar outra pessoa. Pode ser que o paciente infectado ainda esteja eliminando um vírus de um mês atrás”, considerou.
Outra hipótese é a de que o coronavírus tenha sofrido pequenas mutações ao longo do tempo, o que faz com que o organismo humano não reconheça mais o vírus e, por isso, não consiga proteger o corpo de uma nova infecção.
“Mutações não são feitas em laboratório. As mutações acontecem ao acaso na população. O vírus é assim. Ele pode ter um erro no material genético e ficar diferente, isso é muito comum”, explicou.
Com informações de G1 ES