O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa acredita que o período do pico da doença no estado deve começar nos próximos dias
Com 194 casos do Novo Coronavírus confirmados no Espírito Santo, a Secretaria de Saúde (Sesa) acredita que o estado está entrando no pico da doença em terras capixabas. A previsão é que o período mais crítico comece já nas próximas semanas e dure, pelo menos, seis semanas. Há um planejamento para o atendimento dos pacientes, incluindo a possibilidade da montagem de um hospital de campanha.
A informação foi confirmada pelo subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Luiz Carlos Reblin, durante entrevista concedida ao programa Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/ Record TV. Ele lembrou que, somente neste domingo (05), o estado registrou 28 novos casos confirmados da doença, o maior número em um dia, desde o primeiro registro no Espírito Santo. Segundo ele, isso demonstra que o estado está prestes a chegar no período de pico do Novo Coronavírus.
“Na semana seguinte, nós teremos o maior aumento de casos aqui no Espírito Santo. Isso quer dizer que nós vamos chegar na metade de abril até maio ao nosso pico. O maior número de casos registrados no dia. Isso deve se manter por cerca de seis semanas, que é a média mundial, quando então começariam a diminuir. Vale lembrar que o nosso número de casos nosso pico vai depender da nossa capacidade de permanecer isolamento. Se nós permanecermos isolamento, com todos os cuidados que estão já estabelecidos, nosso pico vai ser menor e vai nos dar muito mais tranquilidade para atender as pessoas”, disse.
Reblin ainda falou sobre o planejamento do estado para enfrentar a covid-19. Segundo ele, nos hospitais da rede pública espalhados por todo o Espírito Santo, há 130 leitos de UTI preparados para a internação de pacientes graves do Novo Coronavírus. Ele ainda informou que, atualmente, metade dos pacientes internados estão na rede privada.
O planejamento para o enfrentamento da pandemia no Espírito Santo ainda prevê a instalação de novos leitos de UTI, podendo chegar a cerca de 400, se necessário. Há ainda a possibilidade de instalação de um hospital de campanha no estado, sem local definido e sem previsão para que isso aconteça.
“Nós planejamos esse evento com dois meses de antecedência. Assim que os primeiros casos surgiram na China e começaram os alertas de que essa doença poderia se transformar numa pandemia, nós iniciamos o nosso planejamento e as nossas articulações. Há um planejamento. Que é que vai desde a definição dos hospitais de referência e quais são os hospitais privados que têm leitos que nós podemos acionar até, se necessário, a construção de novas estruturas, quer seja de campanha ou a utilização de espaço em hospitais que ainda não estão sendo utilizados. Ele (o hospital de campanha) está no planejamento, mas para ser acionado numa situação bastante adversa, que a gente espera que não aconteça”, afirmou.
O subsecretário ainda comentou sobre as mortes ocorridas no Espírito Santo, em decorrência da doença. Segundo ele, dos seis óbitos registrados até o momento, apenas um é de paciente com mais de 60 anos. “O jovem precisa perceber que, além de ser um vetor, aquele que pode transmitir para os outros, ele pode ficar saudável, nem perceber, e pode transmitir. Mas ele também pode adoecer de forma grave. Nossos óbitos, dos seis, cinco são pessoas com menos de 60 anos. Nós verificamos que os demais óbitos aconteceram em pessoas que tinham obesidade. Então esse é o primeiro ponto em comum. As demais causas estão em investigação”, finalizou.