Mas afinal, como saber se um playground é seguro para os seus filhos? Qual o papel que os pais devem desempenhar nesse contexto?
Se há crianças em um condomínio ou vizinhança, com certeza o playground é uma das áreas comuns mais utilizadas. Os famosos ‘parquinhos’ que estão espalhados por algumas praças e condomínios de todo o país, são atrativos para os pequenos, mas nem sempre tão seguro quanto deveriam.
Durante as festas de Natal das empresas ou almoços festivos, muitos pais deixam seus filhos no playground enquanto confraternizam. Porém, é fundamental que a área seja bem cuidada, de acordo com as normas técnicas e de segurança. Mas afinal, como saber se um playground é seguro para os seus filhos? Qual o papel que os pais devem desempenhar nesse contexto?
Normas de segurança
De acordo com Isabel Seabra, os pais têm um papel fundamental quando se trata da segurança dos filhos:
“Em primeiro lugar, é necessário verificar bem os equipamentos do playground. Se alguma coisa parece estar com problema, informe ao responsável pelo espaço para que os defeitos possam ser consertados. Em geral, os equipamentos dos playgrounds dentro de condomínios e estabelecimentos comerciais costumam estar em conformidade com os requisitos de segurança, de acordo com o padrão europeu ou americano, sendo submetidos a inspeções de segurança regulares, pois é obrigação legal do responsável obter a certificação necessária. Mas é sempre bom verificar”, conta.
Isabel também ressalta que, antes de deixar as crianças no parquinho, também é preciso se atentar a outros itens de segurança:
“É fundamental prestar atenção nos acessórios que o seu filho está usando e remover qualquer cordão ao redor do pescoço, anéis nos dedos e correntes na roupa. Uma criança não consegue levar em consideração esses riscos para se proteger e os acessórios podem agarrar nos equipamentos e as ferir”.
Deixe o seu filho desenvolver a criatividade
A maioria dos playgrounds dispõem de equipamentos padronizados, como: escalada, escorrega, balanço e gangorras, que foram desenvolvidos originalmente para um uso pré-estabelecido.
No entanto, a criatividade infantil sempre encontra novos meios de uso dos equipamentos, mas não se preocupe, isto é benéfico:
“A maioria das crianças são bastante criativas e dessa forma, quando se trata de usar um equipamento, muitas vezes o utilizam de maneira que não era originalmente destinada. Por exemplo, um escorrega, pode se transformar em uma montanha que precisa ser escalada. Isto é benéfico e promove o desenvolvimento da criança como um todo. Por isso na Europa tanto se investe em áreas de lazer para crianças, porque as tornam mais resilientes, sociáveis, com melhor coordenação motora, etc.”. Finaliza Isabel Seabra, uma das fundadoras da Oikotie, empresa pioneira no país no desenvolvimento e criação de áreas de lazer infantis.
A diretora de criação e CEO da empresa, Susana Ventura, ressalta que nos espaços desenvolvidos pela Oikotie, não há problema em deixar a criançada descobrir novos usos para os equipamentos, pois todos atendem às normas de segurança exigidas:
“Os nossos espaços, e os equipamentos que fornecemos, vão muito além de um simples local para brincar. Eles são criados a partir de estudos e desenvolvidos contemplando os pilares de qualidade, segurança e design exclusivo. Além disso, o processo de aprendizagem em cérebros de crianças é estimulado quando estão expostas a novas experiências, e é exatamente isso que os nossos espaços proporcionam a elas.”.
Não intervenha muito nas brincadeiras
Mas muitos pais acham que encontrar novos meios de usufruir dos equipamentos é potencialmente perigoso e intervém na brincadeira. Eles estão, é claro, preocupados que seus filhos possam se machucar e querem protegê-los.
No entanto, quando observadas todas as normas de segurança, é preciso deixar que a criança avalie por si mesma os riscos:
“Para se desenvolverem, as crianças precisam aprender a avaliar os próprios riscos e devem descobrir por si mesmas como superar situações que representam um desafio para elas sem a ajuda de seus pais. Só assim aprendem a avaliar corretamente suas habilidades, limitações e desenvolver autoconfiança para completar tarefas e alcançar objetivos.”. Diz Susana.
Susana também aponta que cair faz parte do processo:
“Isto é algo que se precisa aprender. Os nossos playgrounds, por exemplo, dispõem de piso emborrachado, para amortecimento de impacto, o que permite que a experiência da brincadeira aconteça em plena segurança. Pode ser difícil para alguns pais, mas é preciso tentar deixá-los e prestar assistência somente se o seu filho pedir, pois é imprescindível que ele tenha as próprias experiências. Os riscos controlados estão lá para desafiar a criançada e encorajá-las a descobrir quais são as suas próprias limitações”.