Caboclo Bernardo, O Herói de Linhares
Nas águas do Espírito Santo,
Num vendaval traiçoeiro,
O navio foi ao fundo
No mar do Rio Doce inteiro.
Bernardo, em fé e coragem,
Fez-se um herói verdadeiro.
No sete de setembro,
O povo tentou salvar,
Mas só Bernardo teve
A força pra se lançar.
Com um cabo entre os dentes,
Enfrentou o bravo mar.
Cinco vezes mergulhou,
Sem temer a tempestade.
Na quinta, se firmou
Com coragem e lealdade.
Salvou cento e vinte e oito
Com firmeza e dignidade.
A princesa o condecorou,
O povo aplaudiu de pé.
E em Linhares virou mito
Com medalha e grande fé.
Mas voltou à sua rede,
À canoa e ao café.
Mesmo assim foi esquecido,
Com a medalha perdida.
Só Regência resistiu
Com festa bem construída.
É quase um feriado
Pra honrar sua partida.
Pois em três de junho, um dia,
Num gesto vil, traiçoeiro,
Caiu morto Caboclo
Por mão de um companheiro.
Matou por ódio e cachaça
Nos braços do povo inteiro.
Hoje seu nome é lembrado
Com respeito e emoção.
Tem busto, festa e memória
Cravados no coração.
Linhares guarda com honra
Seu herói de tradição.
Autor: Julieverson Figueredo
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