Preservar a natureza e fortalecer a identidade dos estudantes, famílias e moradores com as questões ambientais. Esses são os objetivos da Escola Comunitária Rural Municipal (Ecorm) da Japira, em Jaguaré, com a implementação de três projetos desenvolvidos junto aos alunos e à comunidade local. A iniciativa faz parte do Plano de Ação da escola em 2024 e conta com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do Rotary Club e da empresa Vale.
Os projetos são realizados por meio de atividades que aproximam os alunos da natureza, incentivando a conscientização ambiental e o sentimento de pertencimento ao território rural onde vivem. As ações têm como foco central a sustentabilidade e são divididas em três frentes: Agrofloresta, Mel com Poesia e Coleta Seletiva do Lixo. Todas elas estão alinhadas à filosofia da escola, baseada nos princípios de cuidar, zelar e promover a preservação ambiental.
Escola premiada
Em 2024, a Ecorm Japira foi reconhecida no Espírito Santo ao vencer o Prêmio Biguá de Sustentabilidade. A escola conquistou o primeiro lugar com o projeto “Florindo Sustentabilidade: o caminho dos ipês e ações agroecológicas desenvolvidas na Ecorm Japira”.
A diretora Eliene Pretti destaca que, embora o reconhecimento seja importante, os projetos nascem da vontade de transformar a realidade local. “No ano passado, iniciamos um trabalho de reflorestamento das estradas. Este ano, estamos recuperando parte da propriedade com sistema de agrofloresta. Também vamos criar abelhas sem ferrão para mostrar à sociedade a importância da polinização para o futuro do planeta. Além disso, estamos sendo pioneiros na coleta seletiva na zona rural”, afirma Eliene.
Coleta seletiva
Nesta semana, teve início a coleta seletiva na comunidade da Japira. Moradores do entorno da escola foram incentivados a separar os resíduos — orgânicos, recicláveis e não recicláveis —, utilizando o lixo úmido em casa e levando o material reciclável ao ponto de coleta da escola.
Segundo a diretora, o objetivo não é buscar prêmios. “Mais para frente, se o conselho entender que é interessante, podemos inscrever o projeto no Prêmio Biguá ou em outros. Mas essas ações são essenciais para a nossa escola e para o desenvolvimento sustentável”, afirma Eliene.
A coleta é feita em parceria com o Rotary Club, que contribuiu com contêineres para armazenar os resíduos. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente também participa, com a doação de mudas de espécies nativas e frutíferas.
Agrofloresta
O projeto de agrofloresta está sendo executado com apoio da Vale, que ofereceu assessoria técnica e doou mudas. Desde fevereiro, biólogos da empresa acompanham o trabalho para indicar as melhores espécies a serem plantadas em uma área de 600 metros quadrados, com o objetivo de torná-la produtiva — tanto com frutas para consumo quanto com árvores nativas para preservação ambiental.
Mel com poesia
O projeto “Mel com Poesia” busca unir sustentabilidade e linguagem. A ideia surgiu da vontade de realizar ações inovadoras e educativas. “Sabemos que, sem abelhas, não há polinização. Então buscamos assessoria e já reunimos o material necessário para iniciar a criação de abelhas sem ferrão em cerca de 15 dias”, explica a diretora.