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Um levantamento do advogado tributarista Samir Nemer aponta que perfumes, maquiagens e tênis lideram a lista dos presentes com maior carga tributária entre os itens mais procurados para o Dia das Mães. Em alguns casos, os impostos representam mais de 70% do preço pago pelo consumidor.
O campeão de tributos é o perfume importado, cuja carga tributária chega a 77,43% do valor final. “Quando optamos por produtos importados, além dos tributos tradicionais como ICMS, IPI, PIS e Cofins, há também o imposto de importação. Isso faz com que o preço final pago pelo consumidor dispare”, explicou Nemer, que é mestre em Direito Tributário e sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.
Em seguida, aparecem a maquiagem importada, com 71,43%, e o perfume nacional, com 66,18%. Mesmo produtos fabricados no Brasil estão sujeitos a altos percentuais de tributação. “Isso mostra que, mesmo ao priorizar a indústria nacional, o consumidor ainda sente fortemente o peso dos tributos”, destacou o advogado.
Itens mais tributados
Além dos itens de perfumaria e cosméticos, outros produtos populares entre os consumidores no Dia das Mães também têm carga tributária elevada. Entre eles estão:
. Tênis importado – 65,71%
. Smartphone importado – 62,46%
. Maquiagem nacional – 53,17%
. Cosméticos em geral – 52,69%
. Joias – 50,94%
. Relógios – 47,41%
. Bolsas – 45,35%
Produtos como óculos de sol (43,91%), bijuterias (42,43%), chocolates (38,25%), roupas (34,67%) e buquês de flores (20,90%) também compõem a lista de itens com significativa tributação.
Alternativas e alerta ao consumidor
Para quem deseja economizar, Nemer recomenda atenção redobrada à origem dos produtos. “Muitas vezes, trocar um item importado por uma versão nacional pode significar uma boa economia. Ainda assim, o consumidor deve ter ciência de que estamos falando de uma carga tributária média elevada, o que torna essencial a discussão sobre transparência fiscal e uso eficiente desses recursos pelo poder público”, ressaltou.
O especialista também destaca a importância do acompanhamento das mudanças previstas com a reforma tributária, que está em andamento no país. “A expectativa é que, com a nova legislação, haja maior clareza para o consumidor sobre o quanto está sendo pago em tributos, o que pode fomentar um debate mais consciente sobre justiça fiscal e retorno social desses valores”, afirmou.
O levantamento foi feito com base em dados do Impostômetro, uma plataforma da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
