Usuários da UPA Infantil de Linhares enfrentaram longas horas de espera por atendimento durante o feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes. Mães, pais e responsáveis relataram que chegaram com crianças às 15h e, já à noite, ainda aguardavam atendimento médico. A situação ocorre em meio a uma nova fase de mudanças na gestão da unidade, marcada pelo desligamento da médica que anteriormente coordenava o serviço.
Segundo profissionais da própria UPA Infantil ouvidos pelo Em Dia ES, o desligamento da médica ocorreu recentemente, embora ainda não esteja claro se a saída foi a pedido da profissional ou uma decisão da Prefeitura de Linhares.
“As longas filas são uma realidade, tanto na UPA quanto nos outros hospitais da cidade e do país. Estamos em um período de sazonalidade, com aumento nos casos de doenças respiratórias e outras enfermidades infantis, o que gera maior número de atendimentos e internações”, explicou uma profissional de saúde.
Ainda de acordo com a médica, apesar da saída da antiga coordenadora, a escala de plantões montada por ela continua em vigor. No entanto, uma nova escala definitiva está prestes a ser implantada. Outros profissionais de saúde que haviam sido desligados anteriormente, como mostrado pelo Em Dia ES, receberam a oportunidade de retornar, embora nem todos tenham aceitado.
Atualmente, a empresa contratada pela Prefeitura de Linhares para fornecer médicos à UPA assumiu, de forma temporária, tanto a organização da escala quanto a coordenação técnica da unidade. “A empresa está à frente disso de maneira provisória, até que se estabeleça uma nova coordenação definitiva”, relatou a médica.
O que diz a Prefeitura
A reportagem do Em Dia ES procurou a Prefeitura de Linhares para entender sobre a exoneração da médica Mayara Capila, a definição de uma nova coordenação para a UPA Infantil e sobre as providências que estão sendo adotadas para lidar com a demanda elevada. Até o momento da publicação, a prefeitura não respondeu aos questionamentos. O espaço segue aberto.
Novo capítulo na crise da UPA
Essa nova crise na unidade ocorre poucas semanas após a publicação de uma reportagem do Em Dia ES que já denunciava a piora no atendimento, relatos de perseguição a profissionais, demissões arbitrárias e interferências na gestão da UPA Infantil. Desde então, tanto profissionais quanto usuários vêm manifestando preocupação com a continuidade e a qualidade do serviço prestado à população.
Pais e responsáveis denunciaram ao Em Dia ES uma piora na qualidade do serviço, a falta de médicos experientes e condutas que colocam em risco a saúde das crianças atendidas. Ao mesmo tempo, profissionais de saúde relatam um ambiente de trabalho conturbado, com supostos casos de assédio moral, abuso de poder e demissões sem justificativa.