A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi a primeira agência regulatória no mundo a aprovar o medicamento Jaypirce (pirtobrutinibe), um inibidor da enzima tirosina quinase de Bruton (BTK) da empresa Eli Lilly, para tratamento de pacientes leucemia linfocítica crônica (LLC) e linfoma linfocítico de pequenas células (LLPC).
O remédio foi aprovado como tratamento de segunda linha para casos de leucemia resistentes ao tratamento ou que retornam após o fim do tratamento.
Estudo clínico sustenta aprovação
A liberação do medicamento no Brasil se baseou nos resultados do estudo BRUIN CLL-321, considerado o primeiro ensaio clínico randomizado de Fase 3 feito exclusivamente com pacientes que já haviam sido tratados com outro inibidor da BTK.
Os dados mostraram que o Jaypirce proporcionou aumento da sobrevida livre de progressão da doença (SLP). A mediana foi de 14 meses sem avanço da leucemia ou linfoma entre os participantes que usaram o medicamento, contra 8,7 meses no grupo de controle. Também houve redução de 46% no risco de progressão da doença ou morte.
Os estudos de Fase 3 são os últimos antes de um pedido de aprovação ser apresentado às autoridades sanitárias. A condução do ensaio em pacientes já tratados reforça a indicação do Jaypirce como segunda linha terapêutica.
Leucemia
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que cerca de 11.540 casos de leucemia devem ser diagnosticados no Brasil em 2025, sendo considerado o décimo tipo de câncer mais frequente na população do país (sem considerar tumores de pele não mieloma).
A origem da leucemia é desconhecida e se caracteriza pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, afetando as células saudáveis.