Um empresário do setor de internet foi preso no Espírito Santo, nesta quarta-feira (29), sob suspeita de envolvimento com um esquema de extorsão vinculado ao tráfico de drogas. Segundo as investigações, ele teria atuado para eliminar a concorrência e se tornar o único fornecedor de serviço em regiões controladas por uma facção criminosa. A prisão ocorreu durante a Operação Conexão Perdida, realizada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp) em parceria com as forças de segurança do Rio de Janeiro.
Empresário teria rompido cabos de concorrentes
De acordo com a Sesp, o empresário preso mantinha relação com um grupo criminoso e colaborava para impedir que outras empresas fornecessem serviço de internet na região de Itararé, em Vitória. As investigações apontam que ele providenciava o rompimento de cabos da concorrência, deixando moradores sem acesso a outras opções de provedores.
A Operação Conexão Perdida também cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em cidades do Espírito Santo e no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A ação tem como foco integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), que utilizam o território fluminense como base estratégica para expandir suas atividades ilegais.
Investigação teve início em novembro de 2024
A investigação começou após a prisão de Luan Gomes de Faria, em Vitória, em novembro de 2024. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, conhecidos como “os irmãos Vera”, são apontados pela polícia como os principais líderes do TCP no Espírito Santo. Após a prisão de Luan, Bruno teria se deslocado para o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Durante a investigação, a Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo identificou que os criminosos exigiam pagamentos de até R$ 10 mil de empresas de internet, água e gás para que pudessem operar nas áreas controladas pelo tráfico. “Esses mecanismos não apenas lavavam o dinheiro proveniente do tráfico de drogas local, mas também os recursos do TCP em Vitória (ES), movimentando R$ 43 milhões em menos de um ano”, afirmou o subsecretário de inteligência da Sesp, Romualdo Gianordoli Neto.
A quadrilha também operava um “banco paralelo” dentro do Complexo da Maré, oferecendo empréstimos a moradores da comunidade. Entre as contas usadas pelo grupo para movimentar dinheiro, havia registros de transações em uma casa lotérica.