Resíduos agrícolas e industriais estão sendo transformados em substratos para mudas de mamão em um projeto desenvolvido pelo pesquisador Júlio Cesar Fiorio Vettorazzi no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus Alegre. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e pelo CNPq, a pesquisa pode reduzir custos de produção e logística na agricultura capixaba, que depende de substratos comercializados de outras regiões.
O estudo utilizou materiais como cama de frango, esterco bovino, esterco suíno e lodo de curtume desidratado, compostados com palha de café. Segundo Vettorazzi, todos os substratos testados apresentaram qualidade adequada para a produção de mudas. “Esses resíduos têm potencial de transformar a produção agrícola no Estado, reduzindo custos de transporte e facilitando o acesso a insumos de qualidade”, explicou o pesquisador.
Além dos benefícios econômicos, a pesquisa sinaliza a possibilidade de patente no futuro. “Ainda estamos avaliando o desenvolvimento das plantas e a qualidade dos frutos, mas existe a intenção de buscar o depósito de patente”, afirmou. O projeto também abriu novas frentes de pesquisa para o doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, que destacou a importância do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR), do qual sua pesquisa faz parte.
Com financiamento de pouco mais de R$ 25 mil, o PDCTR selecionou 23 pesquisadores para desenvolverem estudos no Espírito Santo. Segundo Rodrigo Varejão, diretor-geral da Fapes, o programa busca fixar profissionais qualificados no Estado. “É uma ação estratégica que fortalece a produção científica e tecnológica local, ampliando sua relevância no cenário nacional”, disse.