A 29ª Conferência do Clima da ONU (COP 29) teve início nesta segunda-feira (11) em Baku, capital do Azerbaijão, reunindo líderes globais para debater as ações necessárias para limitar o aquecimento da Terra a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, conforme estabelecido no Acordo de Paris. A delegação brasileira é liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, substituindo o presidente Lula, que está ausente por recomendações médicas.
Representando o Consórcio Brasil Verde, Casagrande enfatizou o papel dos estados brasileiros na contribuição para uma agenda climática global, comprometida com a preservação ambiental e a redução das emissões de gases de efeito estufa. A cerimônia de abertura do Hub Brasil, um espaço destinado à exposição dos compromissos climáticos nacionais, marcou o início das atividades brasileiras na conferência.
O governador esteve presente ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de ministros e outros governadores, em uma união simbólica e prática para abordar as metas ambientais do país. Segundo Casagrande, o objetivo principal é consolidar políticas integradas para enfrentar os desafios climáticos e promover o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras.
“Iniciamos nossa jornada na COP 29, em Baku, representando o Consórcio Brasil Verde! Unindo forças por um futuro sustentável, levamos a voz das regiões brasileiras para impulsionar ações climáticas globais. É hora de reforçar o compromisso com a preservação do planeta.”, afirmou.
Brasil propõe nova meta climática para 2035
A principal proposta do Brasil na COP 29 é a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que estabelece uma meta de redução de emissões líquidas de gases de efeito estufa em 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005. A nova meta supera a anterior, que previa uma redução de 59%, e representa uma diminuição de emissões para valores entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente.
Ações integradas e novos fundos para sustentabilidade
A implementação da NDC será guiada pelo Plano Clima, documento estratégico do governo brasileiro que propõe medidas para enfrentar as mudanças climáticas até 2035. O plano inclui eixos de mitigação e adaptação, além de instrumentos econômicos, como o Fundo Clima, Títulos Soberanos Sustentáveis e a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP). Essa plataforma, administrada pelo BNDES, visa atrair investimentos para setores chave, como bioeconomia, mobilidade e energia sustentável.
O Brasil também apresenta o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado em 2023 durante a COP 28 em Dubai, como uma solução para financiar a preservação das florestas tropicais. O fundo remunera países em desenvolvimento por manterem suas áreas florestais conservadas, enquanto penaliza o desmatamento e a degradação.
Financiamento climático: foco central da COP 29
A COP 29 foi denominada “COP do financiamento”, pois seu objetivo principal é estabelecer um novo objetivo coletivo quantificado de financiamento climático (NCQG), substituindo o compromisso de US$ 100 bilhões anuais dos países desenvolvidos para apoiar os países em desenvolvimento. A presidência do Azerbaijão destacou a necessidade de que o NCQG ofereça recursos em bases concessionais, evitando o aumento das dívidas das nações em desenvolvimento, e defende que o conceito de “financiamento climático” seja claramente definido, excluindo atividades que não promovam a sustentabilidade.
Baku e o papel do Azerbaijão na transição climática
Baku, a cidade anfitriã da COP 29, está situada à beira do Mar Cáspio e representa o ponto de encontro entre Europa e Ásia. A capital azerbaijana, com 2 milhões de habitantes, é o centro econômico do país, cuja economia se baseia na exportação de petróleo e gás. Governado pelo presidente Ilham Aliyev desde 2003, o Azerbaijão busca diversificar sua economia e destaca-se nesta conferência pela promoção de uma agenda climática inclusiva para os países em desenvolvimento.
Rumo à COP 30 em Belém, no Pará
Enquanto a COP 29 acontece em Baku, o Brasil se prepara para sediar a próxima edição da conferência em 2025, em Belém, no estado do Pará. O presidente Lula antecipou que a COP 30 será um marco, com discussões sobre a Amazônia ocorrendo dentro do próprio bioma. “Uma coisa é discutir a Amazônia no Egito; outra é discutir a Amazônia em Berlim. Agora, nós vamos discutir a Amazônia dentro da Amazônia”, afirmou Lula, enfatizando que a próxima conferência terá um olhar focado na preservação da floresta, nos povos indígenas e ribeirinhos.