O primeiro turno das eleições municipais de 2024 no Brasil contaram com uma abstenção de 21,71%, segundo dados divulgados pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, no fim da noite de domingo (6). A porcentagem representa um aumento em relação ao índice de abstenção das eleições municipais de 2016, que foi de 17,58%, mas uma queda comparada ao pico de 23,15% observado nas eleições de 2020, realizadas durante a pandemia de Covid-19.
A ministra Cármen Lúcia concedeu uma coletiva de imprensa no TSE para fazer um balanço do primeiro turno da votação. “Nós tivemos índice de abstenção que continua sendo alto para os nossos padrões”, afirmou a ministra. Segundo ela, o índice, apesar de menor que o registrado em 2020, ainda preocupa, pois reflete uma significativa parcela do eleitorado que não compareceu às urnas.
Defesa da democracia
Durante sua fala, Cármen Lúcia fez uma defesa firme das instituições democráticas brasileiras. Ela destacou que o retorno à normalidade democrática é essencial e criticou qualquer tentativa de enfraquecer as instituições: “Nós retomamos uma condição de considerar normal, válido, e não depreciar as instituições na busca de romper com a institucionalidade democrática, [rompimento] que só contraria a própria sociedade”, declarou.
Segurança durante o processo eleitoral
A ministra aproveitou para elogiar as forças de segurança, federais, estaduais e municipais, que atuaram para garantir um domingo de eleições tranquilo. “Foi um final de domingo eleitoral sem maiores sobressaltos, com um sossego democrático”, afirmou. Ela também destacou o trabalho da Polícia Federal (PF), que apreendeu R$ 1,7 milhão em dinheiro irregular durante o dia das eleições. No total, mais de R$ 21 milhões foram apreendidos ao longo da campanha, sendo considerados valores oriundos de crimes eleitorais.
Segundo Cármen Lúcia, a PF registrou 295 ocorrências e 407 pessoas foram conduzidas à sede da instituição acusadas de crimes eleitorais. Além disso, foram instaurados 85 inquéritos e lavrados 165 termos circunstanciados ao longo do processo.
Baixa representatividade feminina
A ministra lamentou a falta de representatividade feminina nas eleições municipais de 2024, especialmente o fato de que nenhuma mulher foi eleita para a prefeitura de uma capital no primeiro turno.
“Acho uma pena e muito triste que, mesmo com todas as campanhas que já são feitas […] no primeiro turno nenhuma mulher [foi] eleita nas capitais dos estados”, afirmou. Cármen Lúcia ressaltou que, apesar dos avanços na luta por igualdade, a política ainda é um espaço de desafios para as mulheres.
Substituição de urnas
O TSE informou que 3.218 urnas eletrônicas precisaram ser substituídas em todo o país devido a problemas técnicos. Em uma única seção eleitoral, a votação precisou ser realizada manualmente, pois não foi possível substituir a urna defeituosa.
