Nesta segunda-feira (23), o café conilon, um dos principais produtos agrícolas do Espírito Santo, começou a ser negociado como contrato futuro na B3, a Bolsa de Valores brasileira, em São Paulo.
A iniciativa visa oferecer aos produtores, cooperativas e indústrias uma ferramenta de proteção contra a volatilidade dos preços, permitindo a negociação em reais.
O Espírito Santo, responsável por cerca de 70% da produção nacional de café conilon, se destaca ao lado de Rondônia e Bahia como os principais produtores dessa variedade no Brasil. A novidade permite que o café seja negociado cru, em grãos, em contratos de 100 sacas de 60kg, com entregas físicas em armazéns credenciados em Vitória.
De acordo com a B3, a principal vantagem desse tipo de negociação é a possibilidade de travar o preço do café antes da venda, garantindo maior segurança financeira para o produtor.
“Na produção e comercialização de qualquer produto agrícola é muito importante ter uma ferramenta de trava de preço para vendas futuras. Com esse lançamento, buscamos atender uma demanda do mercado para a criação de um derivativo que aumente a proteção de preço do café contra as flutuações inesperadas”, afirmou Marielle Brugnari, head de produtos de commodities da B3.
Outra característica destacada pela B3 é que, ao contrário do café arábica, cujo contrato é cotado em dólar devido à sua destinação majoritariamente para exportação, o contrato futuro do café conilon será cotado em reais.
“Entendemos que faz mais sentido para um produto como o conilon ter a negociação em reais, já que o maior volume da produção é voltado para o mercado interno”, explicou Marielle.
Além do café conilon, a B3 já oferece contratos futuros para outras commodities agrícolas, como café arábica, milho, soja, boi gordo e etanol hidratado.