Na última segunda- feira (9), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, decretou situação de emergência em todo o Estado, devido ao aumento de incêndios florestais. A medida visa a intensificar as ações de combate aos focos de incêndio, proteger as áreas de conservação e mitigar os impactos ambientais e sociais.
Além dos incêndios no próprio território, os capixabas poderão sofrer os impactos das queimadas que acontecem em São Paulo desde o final de agosto. Por lá, as chamas destruíram mais de 100 mil hectares de cana-de-açúcar, de acordo com a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).
O fogo não só queimou a cana que corresponde à atual safra, destruiu também as rebrotas, o que pode impactar a próxima colheita.
“A situação de São Paulo não afeta diretamente o agro capixaba, mas afeta a dona de casa que possivelmente pagará mais caro pelo açúcar, uma vez que, de acordo com os analistas, devemos ter impacto no preço do produto”, ressalta Renata Erler, especialista em gestão pecuária 360º.
Renata Erler explica ainda que existe a “possibilidade de redução no volume de animais prontos para abate devido à queda no desempenho provocado pela perda de pasto, probabilidade que ganhará mais força caso ocorra uma seca prolongada”.
Quanto aos produtores do Espírito Santo que tiveram suas pastagens atingidas pelo fogo, a especialista lembra que as queimadas causam a perda da matéria orgânica e biota do solo, que levam de três a quatro anos para serem recuperados via manejo correto e uso de insumos corretivos e adubos, o que acarreta no aumento dos custos para os pecuaristas.
“Após o fogo, normalmente há alta infestação de erva daninha, que pode ser controlada com herbicida, ou literalmente levar a área a reforma caso tenha capim suficiente para cobrir. Aumenta o custo de manutenção e de produção, uma vez que a capacidade de suporte fica comprometida”, disse Renata.
