Uma pesquisa da agência de notícias britânica Reuters mostrou que os preços dos contratos futuros do café arábica e robusta (conilon) na bolsa ICE devem encerrar 2024 mais altos do que agora. Isso se deve ao temor de redução da oferta por conta do clima.
Os preços do café arábica devem subir para 2,60 dólares por libra-peso até o final do ano, de acordo com a previsão mediana da pesquisa, 7% acima do fechamento de quinta-feira. Para o café robusta, a expectativa é de que os preços terminem o ano 4% mais altos, a 4.750 dólares por tonelada. Isso colocaria os preços do robusta em seu nível mais alto em pelo menos 16 anos.
Segundo fontes do levantamento, a oferta de café deverá ficar mais restrita durante a temporada de outubro de 2024 a setembro de 2025. A previsão mediana é de que a produção superará a demanda em apenas 150.000 sacas, ou um quinto de um excedente estimado em 700.000 sacas em 2023/24.
A principal razão para essa queda é a incapacidade do Vietnã, o maior produtor mundial da variedade robusta, de produzir a níveis superiores a 30 milhões de sacas como em anos anteriores. A mediana das previsões da pesquisa para a produção do Vietnã é de 28 milhões de sacas no próximo ano-safra de 2024/25.
No entanto, espera-se que a produção do Brasil aumente, com a mediana das previsões apontando 70,75 milhões de sacas no ano-safra de julho de 2025 a junho de 2026, contra 68,1 milhões na safra de 2024/25.
Condições climáticas desfavoráveis atingiram as safras de café em muitas regiões do mundo, e a produção de robusta caiu na Ásia na última temporada, com os agricultores tentando recuperar a produção este ano.
O Brasil está produzindo uma safra menor do que a inicialmente esperada, enquanto as condições para a nova safra são adversas, com a umidade do solo no nível mais baixo dos últimos sete anos.
Alguns analistas que participaram da pesquisa, entretanto, esperam que os preços caiam. Eles disseram que os países consumidores têm importado café excedente devido à futura regulamentação europeia antidesmatamento (EUDR), que proibirá os compradores da Europa de importar commodities produzidas em terras desmatadas a partir de 2025.