Moradores de Rio Quartel de Cima, em Linhares, enfrentam sérios transtornos devido à intensa fumaça proveniente dos secadores de café da região. A prática, que utiliza palha de café como combustível para secadores, resultou em visibilidade reduzida na BR-101 e dificuldades respiratórias na comunidade.
Uma moradora, que preferiu não ser identificada, descreveu ao Em Dia ES a situação: “Ninguém consegue sair de casa. Ninguém enxerga nada. É tudo fumaça de secador. Eles utilizam palha para queimar. As crianças estão indo para a escola em grande perigo. Não consigo sair para trabalhar, porque ninguém enxerga.”
A moradora expressou sua preocupação com os possíveis riscos para a saúde e segurança dos residentes, especialmente para crianças e idosos.
“Querendo ou não, isso prejudica a saúde, a saúde das crianças, a saúde dos idosos, porque aqui temos muitos idosos e muitas crianças. Um colega nosso quase bateu na traseira de um ônibus escolar de moto, porque ele não conseguia enxergar nada também.”
Questionado sobre a fiscalização dessa atividade, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) esclareceu que não é mais responsável pelo licenciamento, atribuição agora das prefeituras. A responsabilidade pela fiscalização da queima de palha de café em Linhares cabe à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais (SEMAM) da Prefeitura Municipal, que, até o momento, não se manifestou sobre o assunto quando procurada por nossa reportagem. O espaço segue aberto.
Ao Em Dia ES, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) afirmou, em nota, que “não recomenda essa prática. A recomendação do Instituto é fazer compostagem com a palha e usar o material na adubação da lavoura.”