O Brasil foi o país que registrou em 2023 o maior avanço no Ranking Global de Liberdade de Expressão. O levantamento, elaborado anualmente desde 2010 pela ONG Artigo 19, foi divulgado na segunda-feira (20).
O relatório da Artigo 19 leva em conta diversos fatores como liberdade de imprensa, controle de redes sociais, liberdade artística e acadêmica, participação social e violência política. A análise resulta em uma pontuação de zero a cem. O Brasil, que tinha 55 pontos em 2022, passou a ter 81 em 2023, saindo da 87ª para a 35ª posição.
“O exemplo do Brasil nos dá esperança de que a mudança é possível. Mas é também um lembrete de que os direitos e liberdades nunca devem ser considerados garantidos – o trabalho para garantir, fortalecer e melhorar nunca deve parar”
A melhora brasileira no ranking de 2023, que analisa 161 países, foi ressaltada pela organização, que afirma que a pontuação cresceu graças às “mudanças democráticas na liderança do Brasil”.
A evolução na estreia do novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva ocorre após anos de deterioração da liberdade de expressão, acentuada entre 2019 e 2022, um declínio que a Artigo 19 atribui ao governo Jair Bolsonaro, como o contou o podcast Durma com Essa.
Os 161 países avaliados são classificados pela organização em cinco faixas a partir da pontuação: abertos, menos restritos, restritos, altamente restritos ou em crise, conforme explica o site da organização.
As métricas utilizadas para a pontuação refletem a garantia de direitos de jornalistas, da sociedade civil e de cada indivíduo de se expressar e se comunicar, sem medo de assédio, repercussões legais ou represálias.
Veja os dez países mais bem colocados no ranking de liberdade de expressão:
Dinamarca
Suíça
Suécia
Bélgica
Estônia
Noruega
Finlândia
Irlanda
Alemanha
Islândia
Além do Brasil, outros países que tiveram avanços na liberdade de expressão em 2023 são: Sri Lanka, Fiji e Tailândia. A melhora, porém, não é mundial.
O relatório aponta que mais da metade da população do planeta vive em locais em que a liberdade de expressão está em crise, como mostrou o site americano Voa.
São cerca de 4,2 bilhões de pessoas, ou seja, 53% da população mundial, que vivem em países com a pior classificação do ranking, conforme registrou o jornal Folha de S.Paulo.
O número representa uma mudança significativa em relação ao relatório anterior, quando 34% das pessoas viviam em locais em que a liberdade de expressão estava em crise.