O outono é uma estação que marca a transição climática do verão para o inverno, mas em 2024 outra transição faz parte da estação: do El Niño para um breve período de neutralidade, que vai anteceder o estabelecimento do La Niña.
Diante do fim iminente do fenômeno responsável por aquecer a atmosfera e, consequentemente, aumentar as temperaturas, a tendência é que o frio volte ao Brasil?
Sim. Com a gradativa mudança e a passagem de um período de neutralidade, mesmo que seja breve, as condições climáticas tendem a mudar.
“Entre o fim de abril e ao longo de maio devemos ter massas de ar frio atuantes no Brasil, mas a intensidade deve ganhar força em junho, principalmente no centro-sul”, afirma Willians Bini, Climate Chief Office e meteorologista da FieldPro.
Porém, o especialista pondera que é raro uma mudança brusca de muito calor para muito frio, ou muita chuva para tempo seco.
“Existe a sazonalidade que causa mudanças sazonais no clima e acontece de forma gradativa, e assim será em 2024”.
Ou seja, depois de dez meses de recordes de temperaturas no mundo inteiro, o clima deixará de ser influenciado pelo fenômeno que deixa a atmosfera mais quente.
A La Niña pode se estabelecer até a metade do ano, afirma Bini. Este fenômeno mantém a atmosfera com condições suscetíveis para que as massas de ar de origem polar consigam entrar no Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste.
A transição do El Niño para a neutralidade tem 85% de probabilidade de acontecer entre abril e junho. Já o La Niña tem 60% de chance de se estabelecer entre junho e agosto. As informações constam no relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), principal referência mundial em monitoramento de fenômenos climáticos, publicada na última quinta-feira (11/4).