Saúde

Tabaco e álcool estão entre os principais fatores de risco para o câncer de esôfago

03 abr 2024 - 10:20

Redação Em Dia ES

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A fase inicial do câncer de esôfago é frequentemente assintomática, tornando o diagnóstico precoce um desafio
O esôfago, parte essencial do sistema digestivo, desempenha um papel crucial na jornada dos alimentos da garganta ao estômago. Foto: JUSTIN TALLIS/AFP/JC

Com estimativas preocupantes para os próximos anos, o câncer de esôfago acende um alerta para a saúde. Com base nas projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o triênio de 2023 a 2025, o Brasil espera registrar cerca de 10.990 novos casos anualmente, destacando-se 8.200 ocorrências entre homens e 2.790 entre mulheres. Em 2023, eram previstos 310 casos da doença no Espírito Santo. Um olhar mais atento revela que aproximadamente 35% desses casos estão associados ao tabagismo e ao consumo de álcool.

O esôfago, parte essencial do sistema digestivo, desempenha um papel crucial na jornada dos alimentos da garganta ao estômago. No entanto, o consumo excessivo de álcool, o tabagismo e outros fatores comportamentais, como a dieta desequilibrada e a obesidade, elevam consideravelmente o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer.

A fase inicial do câncer de esôfago é frequentemente assintomática, tornando o diagnóstico precoce um desafio.

“Infelizmente, não há evidências de que o rastreamento sistemático para diagnóstico precoce possa diminuir as taxas de mortalidade”, alerta a oncologista da Oncoclínicas Espírito Santo, Fernanda César.

Sensações de dificuldade ao engolir, dor retroesternal, regurgitação e perda de peso são alguns dos sinais, embora não específicos da doença.

O carcinoma epidermoide é um dos tipos mais frequentes, sendo responsável por mais de 90% dos casos da doença.

“Ele se manifesta nas células escamosas, que fazem parte do revestimento do terço superior e médio do esôfago”, detalha a oncologista.

Já o adenocarcinoma, outro entre os tipos mais incidentes, origina-se nas glândulas secretoras de muco presentes sobretudo no terço inferior do esôfago.

“Em sua maioria, o adenocarcinoma está relacionado ao esôfago de Barrett – uma mudança anormal das células presentes na porção inferior do esôfago -, à esofagite de refluxo crônica, à obesidade e ao fumo”, explica.

Em abril, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de esôfago, a campanha Abril Azul Claro busca disseminar informações essenciais sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessa doença que impacta milhares de brasileiros todos os anos. A conscientização sobre os fatores de risco é fundamental para reduzir a incidência e melhorar os resultados no tratamento dessa enfermidade desafiadora.

Diagnóstico e tratamento
O tratamento do câncer de esôfago é complexo e multidisciplinar. Em geral, envolve uma combinação de radioterapia, quimioterapia e cirurgia, especialmente nas fases iniciais.

“No entanto, devido ao diagnóstico tardio comum nessa patologia, o prognóstico muitas vezes é desafiador”, ressalta Fernanda.

O diagnóstico, essencial para direcionar o tratamento, é feito predominantemente por meio da endoscopia digestiva alta, que não só visualiza a extensão da doença, mas também obtém amostras para biópsia, fundamental para determinar o tipo de tumor e guiar as melhores opções terapêuticas.

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Atualizado: 08/04/2024 18:31

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