O Espírito Santo não atingiu a meta de imunização contra a poliomielite. De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa), o estado alcançou 83,3% de cobertura vacinal entre janeiro e setembro, quando a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95% de cobertura.
Diante disso, o governo e os municípios vão buscar estratégias de vacinação para alcançar o público alvo. Atualmente a vacina contra a poliomielite é ofertada no calendário de rotina das crianças, não havendo orientação de campanhas indiscriminadas pelo Ministério da Saúde.
Até este ano – a partir de 2024 o MS instituirá a versão inativada (VIP) do imunizante – apenas gotinhas já representavam a proteção. E graças a essa prática, o Brasil está há exatos 34 anos sem notificação da doença. Nesse 24 de outubro, o dia Nacional de Combate à Poliomielite, o alerta é manter os cuidados e o calendário vacinal em dia para permanecermos sem novos casos.
A vacina é aplicada em crianças, com a primeira dose até os seis meses, e outras duas doses até o quinto ano de vida. A pediatra Fabiana Frasson destaca que é um gesto simples para combater uma doença grave.
“Desde 1989, sem casos registrados e, se as pessoas não se vacinarem, o risco de ela voltar é altíssimo. A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença muito grave, que deixa sequelas permanentes como deficiência física e a necessidade de cadeira de rodas para sempre. A única solução é através da vacinação, precisamos de 95% das nossas crianças menores de cinco anos vacinadas”.
Sintomas
Os sintomas da pólio podem ser confundidos com doenças simples.
“A pessoa pode apresentar um quadro gripal, com febre e dor de garganta ou sintomas de diarreia, náuseas, dor no corpo e abdominal e até prisão de ventre, todos inespecíficos, dificultando o diagnóstico precoce e evolui com flacidez e perda dos reflexos em membros, principalmente pernas.”
A doença permanece endêmica em dois países: Afeganistão e Paquistão, com registro de cinco casos em 2021. Nenhum caso confirmado nas Américas como resultado da intensificação da vacinação. No Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990.
A vacina contra o vírus da poliomielite faz parte do quadro vacinal do SUS. De acordo com o Ministério da Saúde, as injeções devem ser aplicadas três doses; aos dois, quatro e seis meses. Depois, o primeiro reforço entre o 15º e o 18º e o segundo entre o quarto e quinto ano da criança.
Além de estar em dia com a caderneta de vacinação, hábitos de higiene garante saúde e qualidade de vida.
“É importante lavar bem os alimentos, principalmente aqueles que serão consumidos crus, como as frutas e as hortaliças. Evitar tomar água da torneira, caso não tenha filtro em casa, ferva a água e guarde em local apropriado. Lembre-se de lavar as mãos ao chegar em casa, após usar o banheiro, são hábitos simples, que podem evitar muito problemas”.