O Espírito Santo completou, nesta terça-feira (29), 56 dias sem novos casos de gripe aviária. O último registro foi no dia 4 de julho de 2023, e o Estado permanece como o que mais registrou casos no Brasil.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Espírito Santo registrou 29 casos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), seguido pelo Rio de Janeiro (16), São Paulo (14), Paraná (12), Santa Catarina (10) e Rio Grande do Sul (1).
A Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), informou, em nota, que até o momento, dos 29 focos, 28 ocorreram em aves silvestres e um em uma ave de fundo de quintal, sem nenhuma ocorrência em granjas comerciais.
Vila Velha (7) lidera o ranking de municípios com mais ocorrências de IAAP, seguido por Marataízes (4), Vitória (4), Cariacica (2), Guarapari (2), Itapemirim (2), Piúma (2), Serra (2), Anchieta (1), Aracruz (1), Linhares (1) e Nova Venécia (1). Os demais municípios capixabas não registraram casos de aves infectadas pela doença.
A principal espécie afetada foi a trinta-réis-de-bando, representando 48,2% dos casos. Também foram encontrados focos nas espécies trinta-réis-real (17,2%), atobá-pardo (3,44%), biguá (3,44%), carcará (3,44%), corujinha-do-mato (3,44%), gaivota-de-cabeça-cinza (3,44%) e ganso (3,44%).
A doença
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves domésticas e silvestres. Ela é caracterizada pela alta mortalidade de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos, como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.
O vírus H5N1 não infecta humanos com facilidade, mas o aumento recente de casos deixou as autoridades sanitárias de todo o mundo em alerta. As infecções humanas podem ocorrer por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas, ou ambientes contaminados com secreções respiratórias, sangue, fezes e outros fluidos liberados no abate das aves.
O risco de transmissão para as pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos também é muito baixo. Além disso, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada. Ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa.
Apesar de ser pouco frequente, em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra a doença, devido à preocupação de que ela possa se tornar uma nova pandemia.
Serra
O primeiro caso de influenza aviária em ave doméstica ocorreu na Serra. No dia seguinte à confirmação, o Japão suspendeu as compras de aves e ovos produzidos no Espírito Santo.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a decisão foi tomada apesar de o Japão não importar produtos de aves do Espírito Santo. O Estado capixaba representa 0,19% do total exportado pelo Brasil, conforme dados de 2022.
Em 11 de agosto, o Japão retirou a suspensão. Após acordo com o MAPA, ficou ajustado que as restrições de exportação dos produtos cárneos de frango e ovos ficam limitadas apenas aos municípios onde houver detecção de focos da gripe aviária, não abrangendo mais o estado todo.