esporte

Medina puxa ‘Brazilian Storm’ e vê compatriotas fortes para WCT do Rio

07 maio 2013 - 13:41

Redação Em Dia ES

Share

O jeitão é de garoto meio relaxado, com roupas folgadas e sempre uma prancha a tiracolo. Eles se divertem no mar, mas não estão para brincadeira. A nova geração do surfe nacional estourou no Circuito Mundial (WCT, na sigla em inglês) em 2011 e logo foi apelidada de “Brazilian Storm” (tempestade brasileira) pela mídia especializada. O grupo chega à terceira etapa com boas chances de levantar o caneco na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Maior destaque dessa “onda verde-amarela”, Gabriel Medina aprova a alcunha, adotada até mesmo pelos surfistas.

– Isso surgiu quando essa nova geração do surfe brasileiro entrou no circuito já explodindo. Eu ganhei duas etapas do WCT. Acho que é uma coisa que ninguém tinha feito antes. Os gringos começaram a chamar essa nova geração de “brazilian storm”, porque chegamos de um jeito que eles não esperavam. Eles nos apelidaram assim e ficou (risos). E nós adotamos o nome – disse Medina.

O garoto de 19 anos não chegou desacompanhado ao circuito. Adriano de Souza, o Mineirinho, iniciou o processo de renovação em 2006. De lá para cá, levou quatro etapas do circuito e figura entre os tops da modalidade. Quinto colocado no ranking de 2012 e referência para a geração, Mineirinho chega à etapa do Rio de Janeiro, entre 8 e 19 de maio, com o peso de ter vencido o WCT anterior, em Bells Beach, na Austrália, contra o americano Nat Young. Aliás, ele já venceu no Rio, em 2011, quando tornou-se o primeiro surfista brasileiro a liderar o ranking mundial do esporte.

– Tenho a responsabilidade de defender uma nação que é apaixonada pelo surfe. Eu me sinto orgulhoso por abrir as portas para essa geração, de ser espelho para esses garotos, mas hoje eles estão ali para me bater. Eu preciso continuar evoluindo para não ficar para trás – disse Mineirinho.

A dupla tem mais concorrência caseira na competição. Argentino de nascimento, mas criado nas praias catarinenses de Bombinhas, Alejo Muniz também figura entre os representantes do “Brazilian Storm”. Aos 23 anos, o surfista busca seu primeiro título de WCT e conta com o bom conhecimento das ondas da Barra da Tijuca como trunfo.

– Ano passado, minha melhor etapa foi a do Rio (ele foi o quinto colocado), e eu estava machucado. Agora estou bem melhor e confiante. Com certeza, esta é a etapa em que os brasileiros são mais fortes, por estarmos acostumados com o tipo de onde e por termos torcida. Espero ir melhor do que em 2012 – disse Alejo.

Outro brasileiro que tenta sua primeira taça de WCT é o paulista Miguel Pupo. Aos 21 aons, ele acaba de se recuperar de uma lesão no tornozelo direito. Foram dois meses de tratamento para deixá-lo em condições de estrear no circuito deste ano justamente no Rio de Janeiro.

– Foi difícil ficar em casa sem poder fazer nada. Refleti muito e coloquei meus pensamentos em ordem. Depois de dois meses parado, não vejo a hora de voltar e quem sabe ser campeão – disse Miguel.

O mais jovem da turma é Filipe Toledo, com 18 anos. Ele disputou sua primeira etapa na elite em março deste ano e já mostrou serviço. O surfista foi o quinto colocado em Bells Beach e já mira voos mais altos.

– Minha primeira impressão do WCT não poderia ser melhor. Consegui fazer meu nome, mostrar meu surfe. Na primeira etapa senti um pouco todo mundo me olhando, mas em Bells Beach já consegui me soltar, absorver bem isso de estar na elite. O “Brazilian Storm” é favorito, treinarmos nessas ondas todos os dias. Isso deve me favorecer também – disse Filipinho.

O time ‘Brazilian Storm’

Apesar de todos terem resultados expressivos nos currículos, Gabriel Medina atrai mais holofotes. Ele ganhou fama ao bater o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, pouco depois de estrear na elite. Além disso, é um dos poucos surfistas do mundo que completou a manobra do backflip, um mortal para trás. O garoto prodígio de Maresias, porém, minimiza seu papel no “Brazilian Storm”.

– Não me vejo como um líder do “Brazilian Storm”. Vejo como um time. Mais uns seis atletas têm potencial, e todos se respeitam. Estamos todos bem preparados – disse Medina.

Se no mar eles estão sozinhos, fora da água, os surfistas são uma equipe. Eles fazem alguns treinos juntos e se ajudam. Amigos de longa data, eles conversam sobre tudo, dos adversários às mulheres de cada praia do circuito. Uma união que não se vê entre os “gringos”.

– Sempre tentamos ficar próximos uns dos outros. Sabemos que é um campeonato individual, mas os brasileiros são os mais unidos. Os australianos e os americanos são mais frios. Nós nos sentimos como uma família. Essa união é nosso diferencial. Se um não vai bem, o amigo vai tentar ir melhor, assim um vai puxando o outro – conta Gabriel.

Gringos tentam estragar festa brasileira

A família “Brazilian Storm” vai se juntar aos compatriotas mais experientes na briga pelo título do WCT do Rio. William Cardoso, terceiro na lista de substitutos, Raoni Monteiro e os garotos brasileiros tentam repetir o sucesso da segunda etapa do ano, em Bells Beach, onde três brasucas chegaram às quartas de final, sendo que Mineirinho levou o título. No entanto, o páreo com os gringos será duro. Além do mito Kelly Slater, dos australianos Joel Parkinson e Taj Burrow, sul-africanos e havaianos querem colocar água no chope “verde-amarelo”.

– O Kelly Slater sempre é favorito. O Joel Parkinson também está bem (o australiano é o atual campeão do Circuito). Todos do WCT são difíceis de bater, mas os brasileiros foram bem em Bells Beach. Temos capacidade de ganhar no Rio também. Cada um irá com sua garra de querer um bom resultado. Daí as coisas acontecem naturalmente. Tem de ir lá e se divertir como foi em Bells Beach – aponta Medina.

Desfalcada do havaiano John John Florence – o campeão da etapa do Rio em 2012 está lesionado -, a elite do surfe vai tomar o Rio de Janeiro. A festa certamente será da torcida brasileira, presenteada com um show de manobras, sejam os astros estrangeiros ou integrantes do time “Brazilian Storm”.

As baterias de estreia do WCT do Rio:

1: Josh Kerr (AUS), Alejo Muniz (BRA), Patrick Gudauskas (EUA)

2: Adriano de Souza (BRA), Matt Wilkinson (AUS), Yadin Nicol (AUS)

3: Taj Burrow (AUS), Sebastian Zietz (HAV), convidado

4: Mick Fanning (AUS), Filipe Toledo (BRA), convidado

5: Joel Parkinson (AUS), Miguel Pupo (BRA), convidado

6: Kelly Slater (EUA), Kieren Perrow (AUS), convidado

7: Julian Wilson (AUS), Travis Logie (AFS), Glenn Hall (IRL)

8: Gabriel Medina (BRA), Damien Hobgood (EUA), Dusty Payne (HAV)

9: Jeremy Flores (FRA), Nat Young (EUA), Raoni Monteiro (BRA)

10: Jordy Smith (AFS), Kai Otton (AUS), Adam Melling (AUS)

11: Michel Bourez (TAI), Bede Durbidge (AUS), Brett Simpson (EUA)

12: C.J. Hobgood (EUA), Adrian Buchan (AUS), Kolohe Andino (EUA)

Fonte: Globoesporte.com

0
0
Atualizado: 07/05/2013 13:41

Se você observou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, nos avise. Clique no botão ALGO ERRADO, vamos corrigi-la o mais breve possível. A equipe do EmDiaES agradece sua interação.

Comunicar erro

* Não é necessário adicionar o link da matéria, será enviado automaticamente.

A equipe do site EmDiaES agradece sua interação.