A ação pedia a suspensão do levantamento no município e a não divulgação dos dados da pesquisa.
Segundo a decisão, apesar da presença de pessoas ligadas ao prefeito Guerino Zanon nas imagens anexadas à ação, “não há certeza do direcionamento dos entrevistadores na condução da coleta dos dados”, alegou a magistrada.
Como exemplo, a juíza usa o trecho no qual um entrevistador que é questionado sobre o procedimento na seleção dos entrevistados disse não residir no município. Como não há aglomeração de pessoas ligadas ao candidato do PMDB no local, a juíza não pode também afirmar que houve uma tentativa de fraudar a coleta de dados.
Ainda na decisão a juíza permite que a coleta tenha prosseguimento, já que para esta fase não é necessário o registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas “visando preservar a efetividade do provimento final”, a juíza determinou
A diretora do Instituto, Rita Abreu, disse que não há o que comentar sobre a decisão da juíza, pois não houve irregularidade, além disso, afirmou ela, a pesquisa também não seria publicada.
Enquet rebate denúncia de pesquisa irregular em Linhares
A diretora do Instituto Enquet, Rita Abreu, enviou carta a Século Diário nesta sexta-feira (31) para questionar a matéria publicada nessa quinta-feira (30) sobre a pesquisa realizada pelo instituto em Linhares, norte do Estado. A matéria trata da denúncia de um dos candidatos em relação aos levantamentos no município, em que servidores comissionados da prefeitura local estavam sendo abordados pelos entrevistadores.
Ela afirma que não há possibilidade das entrevistas terem sido usadas para beneficiar um dos candidatos. Nesse sentido, a diretora do Instituto faz os seguintes esclarecimentos sobre a denúncia dos advogados de um dos candidatos. Confira abaixo parte do texto da carta.
“De plano deve ser informado que não há pesquisa registrada, bem como não há divulgação de qualquer pesquisa no momento e, portanto, não há que se falar em denúncia e investigação. A ENQUET não teme qualquer investigação policial e tem em seus arquivos, caso necessário, todo o histórico de seus trabalhos registrados, conforme Res. TSE 23.364.
A partir dessa informação, verificamos que o “temor” do candidato seria o possível uso de entrevistas maculadas, beneficiando adversários, o que não procede.
Outro aspecto importante a ser destacado na matéria é que duas fotos são mostradas. A primeira, mostra apenas quando o entrevistador está sentado à mesa. Mas não mostra que a supervisora se encaminha para conversar com o entrevistador e nem que a entrevista não foi concluída, o que realmente aconteceu.
A segunda foto, mostra parte da equipe da Enquet e dois carros estacionados, um com propaganda eleitoral. Mas não mostra que um dos carros é o da nossa equipe que estava estacionado no local e que em toda cidade há carros com propaganda de todos os candidatos que não são proibidos de estacionar em local público.
Há ainda que ressaltar que a equipe chegou ao local por volta das 17:00 e não ficou 30 minutos pois o controle de campo parte do princípio de que a passagem dos entrevistadores por uma região deve ser rápida exatamente para evitar o assédio de cabos eleitorais, que, neste caso, aconteceu por parte de todos os candidatos.
O movimento de cabos eleitorais é de conhecimento dos pesquisadores de estudos políticos não somente no ES. Na Enquet, há 27 anos vivenciamos esse cenário e estamos preparados. O trabalho de coleta é exercido por profissionais treinados para lidar com esse tipo de situação e há todo um detalhamento feito pelo setor de estatística, as cotas, que é seguido rigorosamente. Tem cota para sexo, idade, instrução, renda familiar, distribuição geográfica, idade, religião…. São muitos os recursos e controles para uma pesquisa. Na abordagem de rua não se saí catando a laço o entrevistado. Como dissemos, há técnica e controle”.
Fonte: seculodiario.com.br
Por Renata Oliveira