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Nascido em Linhares e morador do bairro Interlagos, Milton Simon Baptista é filho do ex-vereador Milton Colega.
“Fui emancipado aos 13 anos de idade”, conta o vereador ao explicar que começou a trabalhar muito cedo nos negócios da família. “A partir do momento que meu pai se tornou vereador eu deixei de ser empresário pra me dedicar unicamente à vida pública no cargo de agente político”, afirma.
Miltinho exerceu seu primeiro mandato de vereador de 2009 a 2012, sendo o terceiro mais votado nas eleições da época e o vereador mais novo da Câmara Municipal. “Consegui me reeleger com 1.423 votos pelo PSDB que é o terceiro maior partido do país no qual eu sou líder da bancada na câmara municipal de Linhares. Hoje eu ocupo o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que tem como responsabilidade analisar a legalidade de todas as leis do município”, diz.
Portal Ouro Negro – Quais as suas prioridades nesse novo mandato?
Miltinho – Eu sou um defensor do crescimento ordenado do município. Como conselheiro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU) quero continuar brigando por um PDM melhor para que a cidade cresça ordenadamente e tenha o respeito em relação às áreas demarcadas. É uma de minhas bandeiras de campanha. Eu quero continuar defendendo essa causa, que é de interesse de todos os munícipes, desde aquele que vai construir a casa dele por um incentivo do Governo Federal, como o projeto Minha Casa Minha Vida, até aqueles que querem fazer uma grande residência num bairro nobre do município. Tudo isso gira em torno do PDM. Quero me especializar no PDM, continuar lutando para que essa lei seja cada vez mais melhorada.
Quero dar continuidade ao projeto Câmara na Escola, de autoria minha, em que a Câmara de Vereadores vai até as escolas falar sobre o poder legislativo e os outros demais poderes, tanto executivo quanto judiciário, para que o estudante possa crescer sabendo qual é a função do vereador, o que ele pode fazer. Levar para o estudante a informação do que pode e do que não pode ser feito. É um projeto que queremos que continue.
Minha terceira prioridade é tentar implantar junto à Faceli o regime de cota social. Não racial. Cota social para o estudante da rede pública municipal. As cotas seriam fracionadas de acordo com a rentabilidade familiar. X% para até 3 salários mínimos, e x% para acima de 3 salários mínimos. Queremos debater com a comunidade para fazer a cota social, pra realmente atingir aquele que não tem condição de ter acesso à faculdade. Dar seguridade para esse estudante da rede pública do município.
Já que nós somos a única cidade do estado a ter uma faculdade pública que é do município.
PON – Você foi favorável ao recesso de 90 dias para os vereadores em votação na Câmara. Por que fez isso? Qual a sua posição sobre o tema?
M – Na verdade, não é questão de ser favorável. Nós votamos em 1º turno o projeto do vereador do Juca Gama. É direito do vereador propor leis. […] Esses 10 dias que o regimento da Câmara diz que é entre o 1º e o 2º turno é pra, exatamente, você ter oportunidade de ter acesso às suas bases aliadas. E esse é um projeto que não é muito simpático. Vereador não precisa de férias, apesar de que o trabalho do vereador não se resume em estar nas sessões de segunda e quarta-feira, como já está modificado. Por exemplo, eu faço parte de 7 conselhos municipais. Só essa semana eu tenho reunião em dois deles. Então não se resume em apenas a gente estar na câmara aprovando projetos. A sessão da câmara dá formalidade e legalidade ao mandato, porém o vereador não tem horário e nem dia. Ele tem que estar sempre à disposição do cidadão do município de Linhares. Independente de horário e de local.
Então esse 1º turno ele foi aprovado, por que ainda no 1º turno é uma discussão. E nós resolvemos levar o nome de Linhares a nível nacional, sendo a primeira câmara do país a não ter férias. Nós já vamos tomar posse em janeiro e automaticamente dia 2, que é uma quarta-feira, nós já teremos sessão legislativa.
PON – Você se interessa pela presidência da Câmara? Por quê?
M – Sou pré-candidato a presidente da câmara com uma proposta de renovação. Nós teremos um jovem de 30 anos à frente do legislativo municipal. Nosso principal compromisso é garantir a governabilidade do município, garantir que as coisas legais aconteçam no município e garantir que os poderes executivo e legislativo sejam independentes, porém harmônicos. Apesar de o poder legislativo não ter vínculo nenhum com o executivo, eles têm que ter comunicação para que o município possa se desenvolver. Não é uma missão fácil ser presidente de câmara, primeiro é preciso ter os votos e a gente está tentando fazer uma construção. Admitimos a dificuldade que temos, mas estamos pregando uma ideia de renovação.
PON – Em sua opinião, o que te levou a ser reeleito?
M – O trabalho exercido na Câmara. Tudo o que eu faço eu gosto de fazer com prazer. Sou graduando em Gestão Pública. Vou ser o único, acredito, dos vereadores que vai ter uma graduação específica em gestão pública. Gosto de me dedicar ao extremo ao que faço. Hoje eu me dedico 100% à vida pública. Então o que me levou a ser reeleito foi única e exclusivamente o trabalho realizado no âmbito do todo do município.
PON – O que você espera da administração de Nozinho Correa?
M – Todo período de transição não é fácil. Nós temos um município que de inicial já perde 39 milhões no orçamento. É uma perda estimada. Eu espero que os investimentos bons que estão sendo feitos sejam mantidos e as excelentes propostas feitas pelo novo gestor, que vai ser o prefeito Nozinho Correa, sejam colocadas em prática. E transparência total nos atos dos poderes. Isso eu espero do município.
Série de Entrevistas
O próximo a ser entrevistado é o presidente da Câmara, Dr. José Cardia. A entrevista será publicada nesta quinta-feira (6). Não perca.
Redação Portal Ouro Negro
Por Ramon Ferreira
