Em Linhares, a taxa total de ocupação de leitos de UTI Covid está em 74,3%, já a ocupação de leitos de enfermaria no município gira em torno de 66%
Um total de 694 pessoas continuam internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para o tratamento da covid-19, de acordo com informações atualizadas na manhã desta sexta-feira (19), no Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O número representa uma taxa de ocupação de 90,13%.
Atualmente, a rede pública de saúde do Estado possui 770 leitos de UTI exclusivos para covid-19. Os dados ainda apontam que o total geral para tratamento da covid-19, somados os leitos de UTI e enfermaria, é de 1.480 unidades, com uma taxa de ocupação de 86,49% em todo o Estado. Somente de enfermaria, são 710 leitos. Destes, quase 580 estão ocupados.
Nesta semana, o governo do Espírito Santo entregou mais leitos de UTI exclusivamente para o tratamento da covid-19 em dois hospitais da Grande Vitória e em um do sul do estado. No Hospital Estadual Dório Silva, foram abertos 18 novos leitos; em São José do Calçado, 22. Já no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, 15 novos leitos foram abertos.
Linhares
No município de Linhares, a taxa total de ocupação de leitos de UTI Covid está em 74,3%. Dos 20 leitos disponíveis no Hospital Geral de Linhares (HGL), 14 estão ocupados. No Rio Doce, 9 dos 10 estão ocupados. E na Unimed, 3 dos 5 leitos estão sendo usados.
Já a ocupação de leitos de enfermaria no município gira em torno de 66%, sendo que no HGL, dos 25 leitos disponíveis, 17 estão ocupados. No Rio Doce, 8 dos 14 leitos, e na Unimed, 6 dos 8 leitos de enfermaria estão ocupados.
Sesa diz que a ocupação de leitos é considerada crítica
O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, alertou que hospitais particulares e filantrópicos já registram falta de medicamentos para intubação e pediram empréstimos ao governo estadual.
O chefe da pasta ainda avaliou a ocupação de leitos como “crítica” e disse que é necessário contar com as altas e óbitos para garantir a internação de pacientes.
A declaração do secretário foi feita nesta quinta-feira (18), depois de entrar em vigor o decreto de quarentena para todas as cidades do Espírito Santo. Apenas o funcionamento de serviços essenciais está permitido. A medida foi necessária para evitar o colapso do sistema de saúde.
Questionado sobre a possibilidade de faltar medicamento para o tratamento de infectados pelo vírus em UTI, como ocorre em outros estados brasileiros, o secretário informou que o estado fez compras do material em janeiro já esperando que a pandemia piorasse.
No entanto, a situação não é a mesma nas redes particular e filantrópica. Segundo Nésio, em ambas faltam insumos necessários para intubação e os hospitais têm recorrido a empréstimos com o governo do estado.
“Na rede pública, nós planejamos o suprimento de insumos, medicamentos e EPIs ainda no mês de janeiro, quando solicitamos a ordem de fornecimento dos itens necessários para intubação. No entanto, essa dificuldade de aquisição já ocorre nas redes privada e filantrópica, que têm solicitado ao governo do estado o empréstimo desses medicamentos porque eles não estão encontrando para compra”, relatou o secretário.
Nésio ainda apelou para que a população siga as recomendações do decreto do governo e fique em casa. Apenas serviços essenciais devem funcionar no período de 14 dias de quarentena.
Caso as medidas não sejam seguidas, a taxa de ocupação de leitos pode continuar aumentando. De acordo com o secretário, o nível é crítico e o estado conta com as altas e óbitos diários para que todos os pacientes sejam atendidos na rede pública.
“O nível é muito crítico e exige que todos os dias nós tenhamos que contar com as altas e com os óbitos para estabelecer giro do leito e garantir o acesso dos pacientes no Espírito Santo”, explicou.